Carioca Nathan ObadiaReprodução/Redes Sociais

Rio - O carioca Nathan Obadia relatou em suas redes sociais, neste domingo (8), como conseguiu fugir do ataque do grupo islâmico Hamas em Israel. Obadia estava em uma rave próxima da Faixa de Gaza quando os ataques começaram, por volta das 6h. O evento foi encerrado assim que as sirenes tocaram.
Segundo o brasileiro, as festas costumam divulgar o local apenas no dia. "Ninguém ia esperar que ia ser em Gaza, mas tudo lá está quieto. Já rolaram outras festas no lugar e não deu em nada", conta.
Nathan explicou que a rave ficava a 500 metros da fronteira e que, apesar dos ataques a míssil serem comuns na região, o que surpreendeu o carioca foi o grupo ter conseguido entrar armado em Israel. Quando as sirenes tocaram, o jovem e alguns amigos fugiram em direção a Tel Aviv.
"Quando nós estávamos indo para Tel Aviv, vimos vários carros voltando na direção da festa. Lá pelo quinto ou sexto carro que estava voltando, eu vi que a roda e o vidro estavam baleados, e uma mulher estava chorando e gritando muito: 'terrorista, terrorista'", detalhou. 
Após ver a mulher, o grupo do brasileiro decidiu fazer a curva e voltar na mesma direção da festa, mas já havia trânsito na região. Para não ficar parado, o motorista resolveu pegar à direita e entrar em um campo aberto. "Na mesma hora eles começaram a largar bala na gente, foram muitos tiros".
Obadia explica que, inicialmente, os disparos não pegaram no carro mas, após um tempo, ele sentiu um estilhaço nas costas. O grupo saiu do veículo e o fez de escudo. "Foi um inferno. Foram uns 15 ou 20 minutos. Uns 300 tiros, no mínimo. Não dá para saber, mas foram tiros infinitos, infinitos. Foi inacreditável. Chegou uma hora que eles deram um tiro de bazuca. Não sei o que falar."
O carioca relatou ainda que só conseguiu sair da situação após a chegada de três soldados que estavam fazendo ronda na área. "Eles não tinham noção do que estava acontecendo, se meteram na confusão e começaram a trocar tiro com os caras", disse. "Os soldados tomaram tiro no ombro, na mão, em tudo que é lugar."
Ninguém do grupo foi baleado. Obadia saiu do local se jogando em um barranco próximo. Ao chegar no outro lado, percebeu a presença de soldados, que instruiu o grupo a ir para um bunker próximo do local.