Rio - O 5º dia de operação no Complexo da Maré, na Zona Norte, deixou 41 escolas municipais e duas estaduais fechadas, afetando 13.799 alunos. Na ação, um suspeito morreu após ser baleado durante uma intensa troca de tiros com policiais militares.
Nas redes sociais, moradores registraram tiroteio na região desde as primeiras horas da manhã desta segunda-feira (16). Um grupo que estava saindo para o trabalho precisou se esconder dentro de um "valão" para se proteger dos tiros. Segundo relatos, os confrontos ocorreram principalmente na Vila do João e Vila dos Pinheiros.
5º dia de operação aqui no Complexo da Maré e os resultados:
- crianças sem aulas e sem reposição - ENEM chegando e ninguém consegue estudar por causa do tiro - insegurança, medo e clima de guerra total - operação em horário de ida para escola e trabalho
De acordo com a Polícia Militar, os agentes foram atacados a tiros, ao entrar na comunidade com um blindado, por criminosos armados com fuzis e houve confronto no local. Após o término dos disparos, os policiais realizaram o vasculhamento pelos becos e se depararam com um homem armado, onde novamente houve troca de tiros e o suspeito acabou baleado.
O suspeito, ainda não identificado, chegou a ser socorrido e encaminhado ao Hospital Getúlio Vargas, na Penha, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. O caso foi registrado na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
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A população também foi afetada no quesito saúde. Isso porque as clínicas da família Augusto Boal, Adib Jatene e Jeremias Moraes da Silva, e o Centro Municipal de Saúde Vila do João acionaram o protocolo de acesso mais seguro e, para segurança de profissionais e usuários, suspendeu o funcionamento na manhã desta segunda-feira (16).
Apesar disso, a Clínica da Família Diniz Batista dos Santos, mantém o atendimento à população. Apenas as atividades externas, como as visitas domiciliares, foram suspensas.
Ao todo, os agentes do Batalhão de Choque e outras unidades do Comando de Operações Especiais atuam nas comunidades da Vila dos Pinheiros, Vila do João, Salsa e Merengue e Conjunto Esperança, na Maré. Todas dominadas pelo Terceiro Comando Puro (TCP), segunda maior facção do estado do Rio.
O objetivo é a prisão de criminosos, a retomada de territórios, além da apreensão de armas e drogas, assim como a remoção de barricadas dos acessos ao conjunto da comunidade. Nas últimas ações, mais de 40 toneladas de barricadas foram removidas na região.
Balanço das operações
O trabalho integrado das forças de segurança durante os últimos quatro dias de operação já teve como resultado a prisão de 24 criminosos, apreensão de mais de meia tonelada de maconha e drogas sintéticas, assim como de 100 kg de pasta base de cocaína. Mais de 10 fuzis e 101 veículos também foram apreendidos, além de 42 toneladas de barricadas terem sido retiradas das ruas.
Os moradores da Maré também ganharam de volta o acesso à piscina do Complexo Esportivo da comunidade. A Secretaria de Administração Penitenciária (SEAP), que é parceira na ação, confiscou 248 aparelhos celulares em Bangu 3 e 4. Em média, já foram contabilizados R$ 20 milhões de prejuízo para as organizações criminosas.
A Operação Maré ocorre em virtude das investigações da Polícia Civil que apontaram criminosos fortemente armados e com táticas de guerra nas comunidades, além da morte dos três médicos que ocorreu na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, na última semana. Os alvos da Operação Maré são criminosos do Comando Vermelho (CV) e do Terceiro Comando Puro (TCP).
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