Rio - O Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) marcou a primeira audiência do processo de agressão sofrida pelo ator Victor Meyniel, de 26 anos, para o dia 7 de novembro, às 16h. A decisão é do juiz Flavio Itabaiana Nicolau, da 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro. A audiência terá a presença do réu Yuri de Moura Alexandre, de 29 anos, além da vítima e de três testemunhas solicitadas pela defesa do estudante de Medicina.
Entre as testemunhas está Karina de Assis Carvalho, amiga do réu que dividia o apartamento com ele na ocasião. Yuri aguarda o julgamento em prisão preventiva e responde por lesão corporal, injúria por homofobia e falsidade ideológica.
Também no dia 7 de novembro haverá a transação penal do porteiro Gilmar José Agostini. Ele foi indiciado pelo Ministério Público por omissão de socorro por não ter ajudado o ator durante as agressões. A transação penal é um acordo realizado entre o réu e o Ministério Público, no qual o acusado aceita cumprir pena (podendo ser multa ou restrição de direito) de maneira imediata, sem ter sido condenado, tendo em vista o arquivamento do processo.
Relembre o caso
Victor Meyniel foi brutalmente agredido por Yuri, que confessou o crime e foi preso e autuado em flagrante. Segundo Ricardo Brajterman, advogado do ator, eles se conheceram na noite do dia 1º de setembro, na boate SubStation e, após a festa, se dirigiram para o apartamento do agressor, na Rua Siqueira Campos. No dia seguinte, pela manhã, quando eles despediram na portaria, a sexualidade do agressor foi revelada ao porteiro do edifício.
A defesa do estudante apresentou uma certidão de casamento homoafetivo, durante audiência de custódia, para evitar a manutenção da prisão. Entretanto, Yuri teve a prisão convertida em preventiva por conta da gravidade da violência e a decisão da Justiça também ressaltou que o fato dele já ter sido casado com outro homem não exclui a possibilidade dele responder por injúria por homofobia, além da lesão corporal.
Nas imagens que foram gravadas pelo circuito de segurança do prédio, Yuri joga Victor no chão e distribui socos contra ele. Nesse momento, o porteiro do prédio observa a cena sem intervir ou prestar socorro. Gilmar José Agostini foi autuado por omissão de socorro. Em depoimento, o síndico do prédio defendeu o homem, alegando que ele é uma pessoa simplória, tem medo das coisas, é diabético e cuida do irmão que está internado. Marcos de Carvalho Abrantes afirmou ainda que ele interfonou informando que estava acontecendo uma briga na portaria e que Yuri era o autor das agressões contra o ator.
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