Carlos Alex será sepultado nesta terça (24) no Cemitério de São Francisco XavierArquivo Pessoal

Rio - O mototaxista Carlos Alex Iris, de 49 anos, será sepultado na tarde desta terça-feira (24), no Cemitério de São Francisco Xavier, no Caju, Zona Portuária do Rio. Ele foi morto durante uma operação da Polícia Militar no Morro da Caixa d'Água, no Tanque, em Jacarepaguá, na Zona Oeste, no último domingo (22).

O velório tem início programado para as 14h, na Capela B. O sepultamento acontecerá às 16h. Nesta segunda-feira (23), a família de Carlos esteve no Instituto Médico Legal (IML), no Centro, para liberar o corpo da vítima.
Alexandre Iris da Conceição lamentou a morte do irmão e criticou a ação de policiais. "A polícia matou meu irmão. Ele trabalha de moto e é funcionário de um hospital, tem carteira assinada há muito tempo. Na comunidade, você não tem direito de trabalhar à noite, de andar à noite. Não estamos contra a polícia, que tem o direito de fazer o serviço dela. Todos na comunidade aceitam o serviço da polícia. Só que não aceitamos o que eles têm feito. Se matou um bandido e um trabalhador, fala que é trabalhador. Não dá mais para aceitar isso. Colocar todo mundo junto em um mesmo saco", disse.
Carlos deixa seis filhos, um deles, de 17 anos, possui problemas de saúde. Ele trabalhava como auxiliar de serviços gerais no Super Centro Carioca de Saúde, em Benfica, na Zona Norte, e começou a atuar como mototaxista e entregador por aplicativo à noite, segundo seu irmão, para aumentar a renda da família.

Segundo nota divulgada pela PM no dia do ocorrido, três homens trocaram tiros com agentes do Batalhão de Operações Especiais (Bope) durante uma ação de patrulhamento, no último domingo, na comunidade da Caixa d'Água. Carlos e outros dois homens foram encaminhados ao Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, mas não resistiram.

Os agentes divulgaram que apreenderam uma réplica de fuzil, carregadores de pistola, munições, rádios e drogas. No entanto, Alexandre afirma que o irmão estaria trabalhando no momento da ocorrência e não teria envolvimento com o crime.
A corporação também comunicou que "o Comando do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) instaurou um procedimento interno para apurar as circunstâncias do fato. Cabe informar que a unidade colabora integralmente com as investigações da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC)".
Procurada, a Polícia Civil informou, em nota, que "de acordo com a DHC, a investigação está em andamento. Agentes realizam diligências para esclarecer o caso".