Iago Schmidt, Henrique Campos, Andre Watanabe, Matheus Mathiasi, Gabriel Ferreira e Kevin Albuquerque vieram de Minas Gerais acompanhar a final Lucas Cardoso/Agência O Dia

Rio - Tricolores e argentinos estão contando os minutos para a final da Copa Libertadores da América, no Maracanã. Com a Fan Zone fechada na manhã deste sábado (4), a Praia de Copacabana, na Zona Sul do Rio, já não tinha a mesma concentração de torcedores dos últimos dias. O espaço atraiu centenas de visitantes ao longo da semana e contou com diversas atrações, como um museu com a história dos times finalistas, mas não vai transmitir o jogo e encerrou às atividades às 22h de sexta-feira (3). Entretanto, apesar do tempo pouco convidativo, com céu nublado e vento forte, grupos de turistas tricolores e argentinos aproveitaram um dos principais cartões-postais do Rio antes da decisão. 
Provando que a paixão pelo Fluminense não se limita aos cariocas, uma família do Maranhão viajou para a cidade para assistir à partida, mesmo sem ingressos garantidos. O casal Marcelo Guedes, 42, e Alessandra Paiva, 44, e os filhos Cauã Guedes, 13, e Letícia Maluf, 22, contaram que mandaram mensagens para os jogadores do time para pedir as entradas e, apesar de terem ficado sem respostas, ainda acreditam que vão conseguir ir ao Maracanã para assistir ao jogo. 
"A minha expectativa é que a gente consiga entrar no segundo tempo, comprando ingresso que encalhar. Mandei mensagem para todos os jogadores para tentar o ingresso, mas não consegui. Nosso orçamento é limitado, então não é tão simples, mas não custa acreditar", relatou a família, confiante. 
Os irmãos Jorge Ricardo Peres, de 27 anos, e Julia Peres, de 20, desembarcaram no Rio junto com uma excursão de 15 torcedores do Fluminense de Ubá, Minas Gerais. Apesar de acreditar na vitória do tricolor, o jovem disse que não vai abrir mão do seu amuleto da sorte. "Eu vim com uma camisa da sorte, ainda não perdi com ela, então ela está guardadinha na mala, pronta para usar no jogo hoje. Nós dois temos ingresso, mas tem muita gente que veio e não conseguiu. Sonhei com o gol do Jhon Kennedy, ganhando de 1x0", contou. "A gente costuma vir sempre, então não podia faltar dessa vez", completou a irmã. 
Além da emoção, a partida que acontece às 17h também será marcada por homenagens. Flamenguista, Ilma Relvas, de 59 anos, contou que vai assistir ao jogo com o marido, José Neto, 63, em um bar da Barra da Tijuca, na Zona Oeste. O momento será dedicado ao sogro, que era tricolor e não conseguiu ver o time chegar à final da Libertadores, além de apoio ao companheiro, que também torce pelo clube carioca. "Vamos dedicar ao meu sogro que era tricolor e morreu sem ver o Flu chegar nessa final. Ele (José) está confiante e eu estou preocupada com o coração dele, porque a emoção está demais, desde cedo", brincou. 
Para alguns torcedores, a emoção não será diferente para quem não vai acompanhar a decisão no Maracanã, como no caso do casal Sérgio Oliveira, de 45 anos, e Patrícia Cuimar, 46, que tem um filho de 4 anos. "Vamos ver o jogo em casa por conta do João, mas nossa vontade era estar lá", afirmaram os pais do pequeno João Oliveira. Funcionária da gerência de poda na Comlurb, Regina Nogueira, 65, vai ter o apoio da cadelinha Vida, de 12 anos, nos momentos de nervosismo. "Ela está sempre comigo, torcendo junto e comemorando". 
Na torcida, há ainda aqueles que gostam de demonstrar o amor pelo Fluminense com grandes gestos, como Iago Schmidt, de 28 anos, que tatuou o escudo do time. "Hoje eu prometi que se o Fluminense ganhasse eu faria uma tatuagem do escudo. Estou tão confiante que acabei fazendo antes", disse. Turista de Valença, em Minas Gerais, ele veio de ônibus acompanhar a final com os amigos Henrique Campos, 29, Andre Watanabe, 22, Matheus Mathiasi, 20, Gabriel Ferreira, 18, e Kevin Albuquerque, 28. 
Para o último, acompanhar o tricolor carioca na Libertadores já virou tradição. "Eu lembro que em 2008 meu pai me prometeu que se nos classificassemos para a final nos iríamos (ver o o jogo). Conseguimos e meu pai me levou. Foi o primeiro que fui. Deu no que deu. Agora não tem jeito", relatou Kevin. 
Não foram só os torcedores brasileiros que mostraram o quanto são apaixonados pelo seu clube. Os amigos Luca Spinelli, 22, de Buenos Aires, e Migué Martinez, 25, de Chaco, chegaram ao Rio na madrugada deste sábado, após enfrentarem mais de 48 horas de viagem de ônibus. Sem ingressos, eles pretendem ver o jogo na Praia de Copacabana ou em algum telão espalhado pela cidade. "Pelo Boca nós fazemos de tudo, o importante é estar aqui para comemorar", declarou a dupla, que aposta que o time argentino tem tudo para se sagrar campeão, mas esperam um jogo nervoso decidido nos pênaltis.
O trio argentino Jorge Calderon, de 40 anos, Davi Fioravante, de 39 anos, e Luciano Fioravante, de 27 anos, dirigiram de carro de Buenos Aires até a capital fluminense, enfrentando chuva e o cansaço, apesar de não conseguiram ir ao Maracanã ver o clube jogar. "Viemos de Buenos Aires de carro. Ficamos três dias na estrada, pegamos chuva, pegamos trânsito. Tudo pelo Boca. Mesmo sem ingresso nós viemos para comemorar. Estamos apaixonados pelo Brasil e pretendemos voltar ao Rio", contou o grupo, que chegou na última quinta-feira e disse não ter presenciado brigas entre as torcidas. "Não presenciamos nenhuma confusão, então não podemos dizer nada sobre isso. No geral, todos foram bem receptivos conosco".