operação Trapiche foi deflagrada com objetivo de interromper os preparativos para os ataquesReprodução
Aos policiais, o homem contou que é músico e foi procurado por Mohamad para fazer apresentações de pagode no Líbano. Além disso, Michael negou ter envolvimento com o Hezbollad. No entanto, a corporação não acredita na versão dada.
Os alvos dessa ação da PF são os chamados "intermediários recrutadores", que são supostamente contratados no Brasil para buscar brasileiros interessados em integrar células do Hezbollah nas áreas de logística e inteligência para a prática de atentados.
Segundo as investigações, Mohamad e um libanês naturalizado brasileiro, também procurado pela Interpol, são os responsáveis pelo esquema de recrutamento.
Segundo as primeiras informações divulgadas pela PF, os presos e outros brasileiros investigados planejavam ataques a prédios da comunidade judaica no Brasil. Os investigadores afirmaram, ainda, que sinagogas estavam sendo monitoradas e fotografadas e relataram o recrutamento de pessoas para atuar com grupos terroristas que atuam no Oriente Médio. O inquérito foi aberto a partir de um alerta dos serviços de inteligência dos Estados Unidos e de Israel.
A operação Trapiche foi deflagrada com objetivo de interromper os preparativos para os ataques e impedir o trabalho de cooptação de pessoas para a execução dos atentados. Os presos podem ser enquadrados na Lei do Terrorismo pelos crimes de construir ou integrar organização terrorista e preparar atentados. Se condenados, as penas somadas chegam a 15 anos e seis meses. Esses delitos são considerados hediondos e inafiançáveis. Para eles, não há possibilidade de anistia ou indulto.
O Hezbollah prega o fim do Estado de Israel e conta com o apoio do Irã. Atualmente, seu poderio militar supera o do próprio exército do Líbano. Após os ataques do Hamas de 7 de outubro, o Hezbollah ameaçou iniciar uma guerra contra os judeus em território israelense. Apontado como autor ou financiador de vários atentados, o grupo é classificado pelos Estados Unidos e por vários países da Europa como “organização terrorista”.
No Brasil, já surgiram denúncias da atuação do Hezbollah na região da Tríplice Fronteira, principalmente na cidade paranaense de Foz do Iguaçu. O grupo teria empresas de fachada, usadas para o recrutamento de futuros militantes e a lavagem de dinheiro, que seria utilizado em ações terroristas.
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