Márcio George Gomes Neves passou por uma audiência de custódia nesta quinta-feira (23)Reprodução
Estudante da UFRJ acusado de enforcar namorada tem prisão convertida em preventiva
Márcio George Gomes Neves arrastou a companheira para um quarto no alojamento da universidade, na Ilha do Fundão, Zona Norte, e a enforcou
Rio - O estudante de matemática da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Márcio George Gomes Neves, acusado de tentativa de feminicídio, teve sua prisão convertida em preventiva durante sua audiência de custódia, nesta quinta-feira (23). O jovem arrastou a companheira para um quarto no alojamento da universidade, na Ilha do Fundão, Zona Norte, e a enforcou.
Na decisão, a juíza Priscilla Macuco Ferreira ainda negou o pedido da defesa de liberdade provisória para Márcio sob a justificativa de que a vítima e as testemunhas ainda não prestaram depoimento em sede judicial e poderia ser ameaçadas pelo acusado a não comparecer a audiência, já que moram no mesmo alojamento. "Diante do contexto apresentado, ao menos por ora, nenhuma das medidas cautelares típicas alternativas à prisão se mostra suficiente a evitar o risco à ordem pública, na forma explicitada, nada impedindo, por motivo óbvio, que o juízo natural faça nova análise da questão em destaque", afirmou a magistrada.
Durante a audiência, foi informado que Márcio faz uso de remédios controlados para ansiedade e esquizofrenia. Além disso, ele foi descrito por vizinhos como um homem muito violento e que tinha surtos de raiva descontrolados e constantes, sem motivo algum.
O casal estava junto há um ano e meio e tem um filho de 6 meses, que estava no quarto ao lado onde aconteceram as agressões. De acordo com a vítima, Márcio sempre se mostrou uma pessoa agressiva, com surtos descontrolados, mas esta foi a primeira vez que as agressões se tornaram físicas. A jovem afirmou que não havia registrado ocorrência anteriormente porque acreditava que o namorado pudesse mudar o comportamento.
De acordo com a polícia, Márcio foi contido por amigas da vítima que ouviram o pedido de socorro e acionaram os seguranças da unidade. A corporação informou que após o crime, o suspeito foi até a 37ª DP (Ilha do Governador) para relatar uma suposta briga de casal. Um dos policiais desconfiou da situação e tentou contato com a estudante.
Em depoimento, a jovem afirmou que foi enforcada pelo namorado e que só não morreu porque conseguiu ajuda. A vítima relatou, ainda, que as agressões aconteceram porque ela queria ouvir música e o companheiro não deixava. A estudante está com dificuldades para falar e hematomas no pescoço por conta do enforcamento. Ela disse que teme por sua integridade física e pediu por uma medida protetiva urgente.
Segundo o delegado titular, Felipe Santoro, as declarações colhidas em sede policial não deixam dúvidas da tentativa de feminicídio cometida pelo acusado. "Ele só não matou a vítima em razão da chegada das duas amigas da estudante. Nos chama atenção o fato do acusado ter comparecido, antes da vítima, na delegacia visando registro do ocorrido, com o fim modificar as circunstâncias do crime, evitando sua prisão em flagrante", explicou.
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