Estado do Rio reduz letalidade violenta e chega ao menor número de vítimas em 32 anos, diz ISP Arquivo/ Marcos Porto/Agência O DIA

Rio - Um levantamento do Instituto de Segurança Pública (ISP), publicado nesta quinta-feira (23), apontou redução no indicador de mortes violentas (homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte, morte por intervenção de agente do estado e roubo seguido de morte) em 28% no mês de outubro, comparado ao mesmo mês do ano passado, e 5% no acumulado do ano em relação ao mesmo período de 2022. Ambos os cenários, segundo o Instituto, registraram o número mais baixo de vítimas desde 1991 - quando foi iniciada a contagem através do ISP. Foram 405 casos em outubro de 2022, contra 293 no mesmo período de 2023.
Na análise dos delitos que englobam os crimes contra a vida, o estado, segundo o levantamento, reduziu 57% as mortes por intervenção de agente do estado em outubro, alcançando o menor número de óbitos para o mês desde 2013. Os homicídios dolosos (intencionais) também tiveram queda no território fluminense. No mês passado foram contabilizados 245 casos, uma redução de 15% em relação ao mesmo período do ano anterior, o valor mais baixo para o mês dos últimos 32 anos.
O comparativo aponta, ainda, que em todo o estado foram realizadas três ocorrências de latrocínio (roubo seguido de morte), o menor número para outubro desde 1997. Os crimes contra o patrimônio também teve redução no mês de outubro, o roubo de cargas caiu pela metade, com declínio de 49%, o menor para o mês desde 2010; os roubos de rua (roubo a transeunte, roubo de aparelho celular e roubo em coletivo) sofreram redução de 13%; e os roubos de veículo apresentaram queda de 21%, com 512 casos a menos em relação ao mesmo período do ano anterior.
O número de fuzis tirados das mãos dos criminosos subiu 28% no acumulado de outubro, foram 527; no total, 5.430 armas saíram de circulação. Além disso, por dia, as polícias prenderam 93 pessoas em flagrante e recuperaram 36 veículos roubados.
Outros indicadores do ISP

Prisão em flagrante: 31.140 prisões em flagrante nos 10 meses do ano. No comparativo com o mesmo período de 2022, o delito registrou aumento de 8% no acumulado. Foram 93 prisões em flagrante por dia.

Recuperação de veículos: 12.352 veículos recuperados nos 10 meses do ano. No comparativo com o mesmo período de 2022, o delito registrou aumento de 14% no acumulado. Foram 36 veículos recuperados por dia

Apreensão de drogas: 18.906 drogas apreendidas nos 10 meses do ano. No comparativo com o mesmo período de 2022, o delito registrou aumento de 10% no acumulado. Foram 56 apreensões por dia.

Os dados divulgados pelo Instituto de Segurança Pública são referentes aos Registros de Ocorrência (ROs) lavrados nas delegacias de Polícia Civil do Estado do Rio durante o mês de outubro.
Governador pede ajuda da Força Nacional
Atualmente o estado do Rio de Janeiro conta com a presença da Força Nacional para reforço na segurança. O efetivo chegou ao Rio no dia 17 de outubro, após um pedido do governador do estado, Cláudio Castro. Um dos fatores que motivou a liberação dos agentes foi uma investigação da Polícia Civil que revelou o treinamento armado, com táticas de guerra, de criminosos no Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio. O avanço da atuação da milícia no estado também motivou a aprovação do reforço.
Ao todo, o efetivo que reforça o policiamento nas rodovias federais é de 545 agentes federais, sendo 240 da Polícia Rodoviária Federal, e 305 da Força Nacional. Além dos homens da Força Nacional, o Ministério da Segurança destinou R$ 247 milhões como investimento para a segurança do Rio e 50 viaturas da Força Nacional. No último dia 14, o ministro da Segurança, Flávio Dino, prorrogou até o dia 31 de janeiro de 2024 a presença da Força Nacional no Rio.
No início de novembro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva também anunciou uma operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) nos portos de Santos, Rio de Janeiro e Itaguaí; e aeroportos do Galeão e de Guarulhos até maio de 2024.
Entenda o que é a Força Nacional
A Força Nacional é um Programa de Cooperação Federativa do Governo Federal gerida pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública. A finalidade do programa é a preservação da ordem pública, a segurança de pessoas e de patrimônio e atuação em emergências e calamidades públicas. A Força Nacional não faz parte das Forças Armadas e é composta por policiais militares, corpos de bombeiros, policiais civis e profissionais de perícia.

A Força Nacional pode ser empregada em qualquer parte do território nacional mediante autorização do Ministério da Justiça. Ela atua de acordo com as solicitações dos governadores de estado ou dos ministros de estado para apoiar um ente estadual ou um ente federal. Todos os operadores passam por um treinamento e capacitação chamado Instrução de Nivelamento de Conhecimento.