Rio - A Polícia Federal realizou, nesta quarta-feira (6), a Operação Loris, contra a empresa Petra Gold, suspeita de cometer crimes financeiros e lavagem de dinheiro. Os agentes cumpriram um mandado de busca e apreensão na casa de Eduardo Monteiro Wanderley, dono e CEO da firma.
Além disso, o juízo da 8ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro ainda determinou o sequestro de bens do suspeito. Não há informações sobre valores arrecadados durante a ação.
De acordo com as investigações, o grupo econômico teve grande projeção no cenário carioca ao emitir debêntures (títulos de crédito emitidos por empresas e negociados no mercado de capitais para financiamento de projetos, aumento de lucros e reestruturação de dívidas), ofertadas publicamente sem autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), captando assim centenas de milhões de reais.
No ano de 2021, a CVM determinou a suspensão do direito da empresa de atuar nesse tipo de investimento. Na época, a comissão alegou que a Petra Gold estava realizando fraudes nas operações. " A Autarquia apurou indícios que a Petra Gold Serviços Financeiros S.A., assim como seu sócio, Eduardo Monteiro Wanderley, estariam realizando operação fraudulenta no mercado de capitais, por meio dessa oferta."
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O grupo também chegou a patrocinar eventos, museus e atletas, além de adquirir um teatro no Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro, em junho de 2019, com o propósito de difundir o nome do grupo.
Os envolvidos poderão responder pelos crimes de lavagem de dinheiro, emissão ilegal de debêntures e gestão fraudulenta de instituição financeira. Se condenados podem pegar até trinta anos de prisão.
Ainda segundo a corporação, o nome da operação, Lóris, é uma referência ao único primata venenoso, que possui aparência dócil e receptiva, ocultando o risco que o contato com ele causa.
Procurada, a empresa afirmou que tem plena tranquilidade a respeito do material apreendido - notebook, celular e mídias em geral. Além disso, ressaltou que acredita que o resultado da operação será positivo, pois confirmará que a Petra Gold não cometeu crimes.
"A respeito dos problemas financeiros do Grupo, relembramos que estes se iniciaram após uma publicação por parte da CVM, em abril de 2021, que supostamente alegava 'indícios de fraude' numa emissão pública da empresa, causando uma justificada insegurança nos nossos investidores. Cabe dizer que a operação interrompida (stop order) devido à suposta fraude, foi uma emissão pública de debêntures conhecida no mercado como 476, registrada na Bolsa de Valores (B3), feita e comercializada de forma absolutamente regular, estruturada justamente para por fim a uma antiga divergência sobre debêntures privadas entre a PetraGold e a CVM, o que nos deixou bastante surpresos com a sua posterior decisão (após o papel já emitido) à época", comunicou.
Por fim, a empresa afirmou que, em novembro de 2022, enviou uma proposta de acordo de pagamento parcelado e com carência. O grupo alega que essa forma permite que a Petra Gold tenha condições de se recuperar e honrar os compromissos com os investidores.
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