Caso foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi)Arquivo / Renan Areias / Agência O Dia
Imagens de câmeras de segurança serão analisadas para esclarecer denúncia de racismo em lanchonete
Atendente alega que foi chamada de 'mucama' por major da Polícia Militar dentro de uma academia no Recreio dos Bandeirantes
Rio - Agentes da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) vão analisar imagens de câmeras de segurança de uma academia no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, para esclarecer a denúncia de racismo na lanchonete da unidade, na última sexta-feira (8). De acordo com a atendente do estabelecimento, uma major da Polícia Militar a chamou de "mucama", expressão que se refere ao período da escravidão.
A corporação informou, ainda, que a vítima, a agente e testemunhas serão ouvidas ao longo da investigação.
De acordo com a denúncia, a atendente estava trabalhando quando a major da PM chegou com uma amiga e pediu um café e um capuccino. Ao se direcionar à funcionária, a denunciada a teria chamado de "mucama" mais de uma vez e reclamado da Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil.
A palavra "mucama" se refere a mulheres negras escravizadas que eram obrigadas a fazer serviços caseiros para pessoas brancas, além de passear e amamentar os filhos de seus patrões.
O caso foi registrado como Preconceito de Raça, Cor, Etnia, Religião ou Procedência Nacional. Segundo a Polícia Civil, a investigação está em andamento. Já a Polícia Militar informou que a Corregedoria da corporação abriu um procedimento para apurar o caso.
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