Ilias Olachegoun Adeniyi Adjafo, 30, ficou em silêncio e se emocionou algumas vezes durante depoimentoReginaldo Pimenta/Agência O Dia

Rio - A Polícia Civil investiga a morte de uma criança de 8 anos, na noite desta segunda-feira (11), dentro de casa, na comunidade do Boa Vista, no bairro São Lourenço, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. A.A.R.D sofreu um espancamento e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ser acionado, mas ela não resistiu aos ferimentos. Natural do Benin, na África, o pai da menina foi preso em flagrante pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil, praticado por meio de tortura e por a vítima ser filha dele. 
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Niterói, o Samu chegou ao local às 20h36, oito minutos após o acionamento, mas A.A já estava sem vida. Por suspeitarem de agressão, as equipes acionaram a Polícia Militar e registraram o caso. A PM informou que o 12º BPM (Niterói) foi acionado para verificar uma ocorrência de espancamento contra uma criança, na Rua Bispo Dom João da Mata, onde encontrou a equipe do Serviço de Atendimento, que atestou o óbito da menina. Os PMs conduziram Ilias Olachegoun Adeniyi Adjafo, de 30 anos, para a Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG). 
De acordo com as investigações, vizinhos informaram ter ouvido barulhos anormais no momento do crime, mas familiares alegaram que o compartamento do pai da criança era, aparentemente, tranquilo, e que não sabiam de agressões anteriores. Durante a perícia, os agentes encontraram um cinto, que teria sido usado para espancar a filha. O exame de corpo de delito apontou que a menina apresentava inúmeras lesões nas costas, tórax, braços e face, provocadas por ação contundente. 
Na especializada, o médico do Samu que realizou o atendimento de A.A relatou que o pai teria dito que havia "batido um pouco" na menina. Uma outra testemunha contou que as agressões teriam acontecido porque a criança teria roubado algo na escola, segundo uma professora. Já o homem disse que agrediu a filha para corrigí-la. A vítima era brasileira e morava há seis meses com Ilias na comunidade do Boa Vista. O advogado do acusado e a mãe da criança estão na DHNSG na manhã desta terça-feira (12).