Parentes e amigos se despediram de Sara Gomes durante o enterro, nesta quarta-feira (10), no Cemitério da Solidão, em Belford RoxoRenan Areias/Agência O DIA

Rio - A jovem Sara Gomes, de 18 anos, foi enterrada na tarde desta quarta-feira (10), no Cemitério da Solidão, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Ela foi arrastada pela força da água de uma tubulação da Águas do Rio que rompeu no Rio Botas, localizado no mesmo município. De acordo o irmão da vítima, a jovem brincava no rio, quando tentou ajudar uma criança que ficou com a perna presa. Parentes de Sara, inclusive sua família adotiva, além de amigos, estiveram presentes no sepultamento.
A sogra de Sara, Priscila Elen Fagundes dos Santos, de 38 anos, contou que a jovem viva há 2 anos em sua casa com sua filha, com quem mantinha um relacionamento. "Nossa relação era a melhor possível, graças a Deus. O que eu podia fazer pela minha nora eu fiz. [...] Ela foi muito guerreira, lutou pela vida dela no hospital", revelou.
Priscila também contou que sua filha também estava no momento do rompimento da tubulação e por pouco também não foi arrastada pelas águas, sendo ajudada por uma senhora que estava no local. Segundo a sogra, que garantiu ter sido testemunha do ocorrido, não houve erro por parte de funcionários da Águas do Rio, e o socorro de Sara teria sido feito com rapidez. 
Entenda o caso
Na noite desta segunda-feira (8), Sara morreu após ser arrastada no sábado (7) pela força da água de uma tubulação da Águas do Rio que rompeu no Rio Botas, na Baixada Fluminense. A jovem brincava na água com outras crianças, quando tentou ajudar um menina que ficou com a perna presa. A pequena foi resgatada, no entanto, Sara acabou caindo no rio e foi levada pela correnteza.
A jovem foi socorrida por funcionários da empresa que trabalhavam no local. Ela foi encaminhada ao Hospital Municipal de Belford Roxo e estava internada em estado grave, no entanto, não resistiu. A vítima chegou a ter uma parada cardiorrespiratória ainda às margens do rio, mas foi reanimada pelos técnicos da concessionária.
De acordo com o irmão de Sara, o local deveria ter sido isolado durante o trabalho dos técnicos. "Tinham várias crianças tomando banho, ela foi ajudar uma menina que estava com a perna presa, mas caiu e foi arrastada. Quando ela foi ajudar, a força da água da tubulação levou ela. A área não estava isolada e tinha que tá isolada. Eu estou sem palavras, ela teve seis paradas cardíacas lá no hospital e a gente lutando. Infelizmente, ela veio a óbito. Minha mãe e nossa outra irmã estão destruídas", disse ao DIA, em outra ocasião.
Em nota, a Águas do Rio lamentou o ocorrido e esclareceu que o fato não aconteceu no local onde a equipe atuava. "Os técnicos da concessionária atuavam em um reparo em Heliópolis, Belford Roxo, na Baixada Fluminense, quando ouviram pedidos de socorro de pessoas que estavam às margens do Rio Botas. Os funcionários entraram no rio, realizaram o resgate e prestaram socorro", informa um trecho trecho da nota.
No entanto, segundo Matheus, os técnicos e as crianças estavam no mesmo local. "O acidente foi no mesmo lugar que eles estavam, ela mesma postou nas redes sociais tomando banho com as crianças, ela colocou vídeo brincando", explicou. Imagens publicadas por moradores nas redes sociais mostram as crianças brincando na água e os técnicos da concessionária ao lado.