Cartaz cobra soluções para o desaparecimento de Edson DaviGabriel Salotti / Agência O Dia

Rio – Um novo protesto por respostas pelo desaparecimento de Edson Davi Silva Almeida aconteceu no Posto 4 da Praia da Barra, Zona Oeste do Rio, neste domingo (25), dia em que o menino completa 7 anos. Em janeiro deste ano, o menino desapareceu após brincar com duas crianças perto da barraca em que o pai trabalha.
Os cartazes expostos pela família sustentam que o menino está vivo. "Como pode ser afogamento com uma praia vazia e dois bombeiros de plantão?", afirma um. "Edson Davi está vivo. Ele não se afogou. Ele chama por nós", diz outro. Uma faixa foi posicionada na orla oferece a recompensa de R$ 50 mil por informações que os levem a encontrar a criança.
Mãe de Edson Davi, Marize Araújo vê inconsistências na versão de que ele teria se afogado: "Acredito no rapto ou no sequestro. Aqui na praia, são sete escadas em que meu filho poderia ter sido atraído. Ainda mais com o novo testemunho, que viu a direção que ele foi, um lado que ele não tinha costume de ir". Ela se refere à uma mulher de outro estado, que ainda não foi escutada e relata que Edson não entrou na água.
"Não tem um testemunho que mostre que meu filho foi levado por alguém. Quem o levou, levou numa boa. Sem ser visto, notado. Sem chamar a atenção. Atraíram meu filho na inocência. Mas não tem um testemunho que fale que meu filho, depois das 16h, foi para o mar. Por que o Edson tem que passar como morto? Porque ele é filho de um simples barraqueiro? De um pai humilde, de uma mãe humilde? Que não tem como correr atrás de recursos maiores?", contesta Marize.
Segundo a mãe, cerca de 400 metros da extensão da praia não tinham imagens registradas nas câmeras de segurança. O receio da mãe é que Edson Davi tenha subido por uma das escadas que não estavam sendo filmadas. "Não adianta vir testemunha dizer que ele mergulhou, porque está mentindo. Meu filho não entra no mar. Ele pode ter molhado os pés e brincado com alguma criança, mas entrar na água, não. Ele tinha medo", afirma.
O pai do garoto, Edson dos Santos, também não concorda com a versão do afogamento e contesta o trabalho de investigação: "Estamos investigando por nós mesmos, porque as autoridades estão paradas e dizem que foi afogamento, mas não foi isso. Todo mundo aqui que conhece o Edson fala que isso é difícil. No dia que isso aconteceu, o mar estava pouco agitado. Eu tenho um grande amigo que conhece o Edson e fala que ele não entrou no mar. Eu acredito que ele nunca entrou no mar".
A tia de Edson Davi, Marília Francisca da Silva, expressou sua lamentação com o desaparecimento. "Hoje é um dia com muita tristeza. Ontem, eu chorei muito. Muita saudade. O meu filho, de 10 anos, que é primo dele, também. Ele me pergunta: 'mãe, o Davi vai voltar? Vamos encontrar ele?', e eu não tenho resposta. Eles brincavam muito. É o único primo que ele tinha contato", confessa.
Ana Beatriz Pereira, 19 anos, é vendedora de trufa na praia e se solidariza com a família. "Eles trabalham todos os dias na praia, e a orientação que passamos para as crianças é de não entrar no mar sozinho, então acredito que não seja esse o caso. Então, eu oro. Se for da vontade de Deus, vai dar tudo certo. Minha atitude é da oração para eles", lembra.
Relembre o caso
Edson Davi desapareceu em 4 de janeiro, na altura do Posto 4 da Praia da Barra, perto da barraca em que seus pais trabalham. Desde então, as investigações têm trabalhado com a hipótese de afogamento, mas a família contesta a versão e sustenta a tese de sequestro. Bombeiros seguem trabalhando no monitoramento das regiões costeiras do estado do Rio.
Procurada, a Polícia Civil informou que a investigação está em andamento na Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) e que agentes realizam diligências para localizá-lo.