Apagão na Ilha do Governador causou transtornos no trânsito de veículos e de pedestres nesta quinta-feira (1º)Cleber Mendes / Agência O Dia
Publicado 01/02/2024 15:22
Rio - O prefeito Eduardo Paes (PSD) anunciou, nesta quinta-feira (1), que a Procuradoria Geral do Município (PGM) entrará com uma medida judicial contra a Light para garantir o fornecimento de energia em toda a cidade do Rio. O pedido aconteceu após moradores da Ilha do Governador, na Zona Norte, voltarem a sofrer com um novo apagão, um problema que vem ocorrendo durante todo o mês.
Nas redes sociais, Paes citou a falta de energia na Ilha e destacou que diálogo tem limites. Considerando a região e diferentes bairros da cidade que também sofrem com o problema corriqueiramente, a medida serviria para garantir judicialmente a energia aos cariocas.
"Hoje mais uma vez a Ilha do Governador sofre com um apagão completo! Até diálogo tem limite. Determinei a procuradoria do município que entre com medida judicial contra a Light para garantir o fornecimento de energia na cidade do Rio", escreveu.
Na tarde desta quinta-feira (1º), moradores da Ilha voltaram a sofrer com um apagão geral. A falta de energia prejudicou até o trânsito de veículos, pois os sinais ficaram apagados. Equipes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e da guardas municipais atuaram nos principais cruzamentos da região para auxiliar os motoristas e pedestres. 
A falta de energia era esperada em alguns bairros da Ilha, como Jardim Guanabara, Portuguesa e Galeão, devido a uma manutenção programada das 8h às 18h, assim como aconteceu nesta quarta-feira (31). Contudo, outras regiões também ficaram sem energia nesta quinta, gerando incômodos a moradores.
De acordo com o Subprefeito da Ilha, Rodrigo Toledo, o motivo do apagão foi um problema na subestação da Light. "Eles tem uma subestação que fica ao lado da estação do BRT e todas as equipes que estavam na manutenção foram até lá para resolver esse problema o quanto o antes. E eu estou na rua auxiliando na operação do trânsito e nos cruzamentos mais críticos", disse.
O advogado Thiago Montenegro, de 39 anos, morador da Rua Aylton Vasconcelos, no Jardim Guanabara, contou, ao DIA, que tem duas filhas pequenas e que a falta de energia frequente tem causado grandes transtornos. O homem disse ainda que os moradores têm ficado extremamente vulneráveis com a falta de luz.
"É muito ruim, principalmente quando crianças residem naquela região. Penso que a ausência de energia elétrica por parte da concessionária subtrai a liberdade individual, afinal de contas, poucas coisas podem ser realizadas sem o respectivo serviço", frisou.
Por fim, o advogado comentou também que, com as quedas frequentes de energia, perdeu alguns produtos do gênero alimentício, mais precisamente, leites e derivados, itens que fazem parte da rotina das suas filhas.
O que diz a Light
Sobre a postagem do prefeito, a Light informou que não irá comentar. A empresa disse que segue com seu  trabalho de recuperação e renovação do sistema de fornecimento de energia elétrica da Ilha do Governador.
A concessionária destacou que serviços essenciais, como unidades de saúde e segurança, e pacientes dependentes de equipamentos vitais, cadastrados na rede da Light, estão sendo mantidos por meio de 70 geradores já instalados na Ilha.

Para melhorar a qualidade do fornecimento de energia, a Light disse que está finalizando a construção de três novos circuitos de distribuição. Dentro deste escopo, a concessionária já instalou 94 dos cerca de 100 postes previstos para a região e construiu 33km de rede elétrica de um total de 50 km de cabos de energia.
Problema em Copacabana
Cerca de 15 mil pessoas ficaram sem energia no último domingo (28) por quase 12h, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, por causa do furto de cabos na rede subterrânea da Light. O problema de fornecimento de energia fez com que muitos comerciantes perdessem o dia inteiro de trabalho, produtos e, em alguns casos, a própria saúde mental.
"Eu fiquei extremamente estressada, fiquei sem comer o dia inteiro. O meu emocional foi para o lixo. Essa sorveteria é o meu ganha pão e do meu sócio, que também é meu marido. O pior é não ter apoio, as empresas não estão nem aí para a gente. A Light não estava nem aí para mim, não anotou meu telefone e não resolveu nada", comentou a dona da sorveteria Trilhas da Amazônia, Naiara Pessôa.
A empresária contabilizou cerca de R$ 80 mil de prejuízos financeiros, entre produtos refrigerados perdidos, diária de trabalho de funcionários, as vendas do domingo e também o valor da contratação de um gerador. Segundo Naiara, a situação ficou ainda mais complicada pela falta de informações por parte do atendimento da empresa de energia.
"Nossa funcionária chegou na loja, não conseguiu abrir o portão e ficou sabendo que tinha faltado a energia. Logo que soube, liguei para a Light para saber o que estava acontecendo e ninguém sabia explicar. O recado deles sempre era: 'Estamos verificando, estamos vendo, entendendo e analisando'.", relembrou.
A dona da sorveteria, que fica na Rua Santa Clara, conta que só conseguiu entrar na própria loja para avaliar o prejuízo por volta das 21h. Como o portão da loja era elétrico, a falta de energia impedia o acesso ao interior do estabelecimento.
Segundo a Light, a falta de energia que atingiu quase 15 mil pessoas foi causada pelo furto de cabos na rede subterrânea. A prática criminosa fez com que a energia demandada provocasse o superaquecimento, ocasionando as falhas no sistema elétrico.
A empresa informou que normalizou o fornecimento de energia em Copacabana no domingo (28) às 19h45. Para o restabelecimento do serviço, a empresa precisou realizar uma intervenção de grande porte, mobilizando 22 equipes em campo, além de outros profissionais. Apenas um condomínio teria permanecido sem energia após esse horário porque o transformador que atende ao endereço queimou.
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