Produtos que ficaram estragados por causa da falta de energiaRenan Areias / Agência O Dia

Rio - Os comerciantes de Copacabana, na Zona Sul, ainda contabilizam o prejuízo gerado pela falta de luz que atingiu o bairro durante praticamente todo domingo (28). A energia caiu ainda durante a manhã, por volta das 8h, e só voltou em alguns pontos depois das 20h. O problema de fornecimento da Light, causado segundo a empresa por furtos de cabos, fez com que muitos perdessem o dia inteiro de trabalho, produtos e, em alguns casos, a própria saúde mental. 
"Eu fiquei extremamente estressada, fiquei sem comer o dia inteiro. O meu emocional foi para o lixo. Essa sorveteria é o meu ganha pão e do meu sócio, que também é meu marido. O pior é não ter apoio, as empresas não estão nem aí para a gente. A Light não estava nem aí para mim, não anotou meu telefone e não resolveu nada", comentou a dona da sorveteria Trilhas da Amazônia, Naiara Pessôa.
A empresária contabiliza cerca de R$ 80 mil de prejuízos financeiros, entre produtos refrigerados perdidos, diária de trabalho de funcionários, as vendas do domingo e também o valor da contratação de um gerador. Segundo Naiana, a situação ficou ainda mais complicada pela falta de informações por parte do atendimento da empresa de energia. 
"Nossa funcionária chegou na loja, não conseguiu abrir o portão e ficou sabendo que tinha faltado a energia. Logo que soube, liguei para a Light para saber o que estava acontecendo e ninguém sabia explicar. O recado deles sempre era: 'Estamos verificando, estamos vendo, entendendo e analisando'.", relembrou. 
A dona da sorveteria, que fica na Rua Santa Clara, conta que só conseguiu entrar na própria loja para avaliar o prejuízo por volta das 21h. Como o portão da loja era elétrico, a falta de energia impedia o acesso ao interior do estabelecimento. 
"A gente finalmente conseguiu abrir a porta da loja para entender qual o tamanho do prejuízo. Na verdade, até agora ainda não não consegui mensurar esse tamanho. Liguei para a fábrica dos sorvetes, para saber o que poderia ser feito", comentou a dona da loja.
Antes disso, Naiana conta que abriu mais de nove chamados no atendimento da Light. Nessas ligações, recebeu dois prazos e também teria tentado pedir o suporte de um gerador, mas acabou surpreendida pela orientação do atendimento.  
"O recado que me passaram foi que o gerador deveria ser solicitado apenas de segunda a sexta, em uma loja física. Aí eu falei: 'mas hoje é domingo'. E eles responderam que não funcionava. Ou seja, nós temos que escolher o dia que a loja pode sofrer queda de energia e tem que ser em horário comercial", critica a comerciante. 
Além dela, outros lojistas tiveram problemas causados pela falta de energia. O dono de um restaurante japonês, que fica ao lado da sorveteria, também precisou pagar por um gerador por conta da falta de energia. 
A Light afirma que em caso de queima de aparelhos por problemas na rede da distribuidora, o cliente pode solicitar ressarcimento por danos a aparelhos elétricos e eletrônicos por meio da Agência Virtual.
Nas redes sociais, moradores também relataram, desde as 8h desde domingo, problemas causados pelo apagão, como denúncias de que as sinalizações do trânsito não funcionavam e idosos e doentes sem luz. De acordo com a concessionária, o fornecimento de energia foi normalizado às 19h45.
Furto de cabos
Segundo a Light, a falta de energia que atingiu quase 15 mil pessoas foi causada pelo furto de cabos na rede subterrânea. A prática criminosa fez com que a energia demandada provocasse o superaquecimento, ocasionando as falhas no sistema elétrico. A companhia explicou que, até este domingo, ainda não havia sido confirmado quando o crime aconteceu.