Viatura da PRF foi alvejada durante confronto em Nova Iguaçu, em outubro de 2023Divulgação
Rio de Janeiro teve quase 3 mil tiroteios em 2023, aponta instituto
Dados são do relatório anual do Instituto Fogo Cruzado; 962 pessoas morreram em decorrência dos confrontos
Rio – O relatório anual do Instituto Fogo Cruzado mostrou que o estado do Rio de Janeiro teve 2.953 tiroteios em 2023, deixando um total de 962 mortos e 884 feridos. Os números evidenciam uma queda em comparação a 2022, quando foram registrados 3.484 tiroteios, 990 mortes e 998 feridos.
Apesar disso, este foi o ano onde os tiros mais geraram vítimas em toda a série histórica do instituto. Houve pessoas acertadas em 1210 dos tiroteios mapeados – um total de 41%, mais que os 36% em 2022 e os 29% de 2021.
Dados indicam que dos tiroteios registrados no ano passado, 1.004 (34%) aconteceram em operações policiais. Em média, são quase três confrontos armados por dia causados por esse motivo na Grande Rio, atingindo 977 pessoas ao longo do ano.
O ano de 2023 foi o pior ano para os mais jovens, na série histórica do instituto, que começou em 2016. 25 crianças foram baleadas na Região Metropolitana do Rio, com 10 vítimas. O índice se igualou a 2018, quando quatro foram mortas.
O relatório também lembra as cenas de terror vividas em outubro do ano passado na Zona Oeste, quando 35 ônibus, estações de BRT e uma composição dos trens urbanos foram queimados como resposta à morte de uma das lideranças da milícia, em uma operação policial.
O instituto reforça que enquanto as outras regiões da Grande Rio tiveram queda nos tiroteios, a Zona Oeste da capital viu este número crescer em 53%, o número de mortos aumentar em 104% e o de feridos, 40% em comparação a 2022.
"Se o começo de 2023 foi de esperança, a realidade do ano foi marcada pelo descontrole da violência armada nos três estados. O relatório anual do Fogo Cruzado evidencia a falha dos estados em conter o avanço da violência, preferindo o confronto no lugar de estratégias inteligentes de prevenção", afirma Maria Isabel Couto, diretora de dados e transparência do Instituto Fogo Cruzado, que também mapeou tiroteios em Pernambuco e Bahia.
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