Assessora de Carlos Bolsonaro pediu ajuda da Abin em troca de mensagens em outubro de 2022Divulgação

Rio - A Polícia Federal descobriu que uma das assessoras do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) pediu a uma assessora do então diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, informações sobre inquéritos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e três de seus filhos. A informação consta da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e foi divulgada pelo portal G1. Essa mesma decisão embasou a operação deflagrada pela Polícia Federal de Brasília, nesta segunda-feira (29).
Carlos Bolsonaro é alvo de operação da PF que investiga monitoramento ilegal da Abin - Divulgação
Carlos Bolsonaro é alvo de operação da PF que investiga monitoramento ilegal da AbinDivulgação
Segundo Moraes, em outubro de 2022, por meio de mensagens em um aplicativo, Luciana Paula Garcia da Silva Almeida, assessora de Carlos Bolsonaro, pediu à Priscilla Pereira e Silva, assessora de Ramagem, ajuda para obter informações sobre dois inquéritos.
Na mensagem, com data de 11 de outubro de 2022, Luciana aparece chamando Priscila: "Bom diaaaaa Tudo bem? Estou precisando muito de uma ajuda". Em seguida, ela escreve: "Delegada PF: Dra. ISABELA MUNIZ FERREIRA - Delegacia da PF Inquéritos Especiais. Inquéritos: 73.830/73.637 (Envolvendo PR e 3 filhos). Escrivão: Henry Basílio Moura"
Na operação, a PF apreendeu um computador da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na casa do militar Giancarlo Gomes Rodrigues, alvo da operação e o ex-assessor do deputado federal Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da agência. A mulher de Giancarlo é servidora da Abin. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro é alvo dessa mesma operação que investiga o monitoramento ilegal de autoridades por parte da Abin durante a gestão de Ramagem.
Segundo as investigações, Carlos Bolsonaro é "a principal pessoa da família que recebia informações da Abin paralela". É apontado, ainda, que teria partido dele a ideia de criar esse grupo, para usar a estrutura da agência.
Jair Bolsonaro se defendeu, na tarde desta segunda-feira (29), das acusações de que o governo tinha uma Agência Brasileira de Inteligência (Abin) "paralela'. "Eu tinha minha inteligência particular. O que é a minha inteligência? Não é um braço da Abin. Não é um braço da PF. Ninguém. A minha inteligência particular são as pessoas que eu conheço não só no Brasil como ao redor do mundo. Sempre que algo acontece, eu ligo para essas pessoas", alegou Bolsonaro em entrevista à Jovem Pan. 
O DIA procurou o vereador do Rio, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.