Publicado 27/02/2024 16:32
Rio - Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram que houve um aumento de 33% em casos de feminicídio registrados em janeiro deste ano em comparação com o mesmo período de 2023 no estado do Rio. Em relação às tentativas de feminicídio, os números cresceram 20%.
De acordo com levantamento do Instituto, apenas no primeiro mês deste ano houve registro de 12 mulheres assassinadas e de 35 vítimas de tentativas de feminicídio. Em janeiro do ano passado, foram nove mortes e 29 tentativas.
Um dos casos que mais chamou a atenção em janeiro foi a morte de Letícia Barbosa Leite da Silva, de 29 anos. O corpo da mulher foi encontrado enterrado no quintal de casa, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no dia 26 de janeiro, dez dias depois do feminicídio. A investigação apontou que a vítima ainda estava viva no momento em que Rafael Pereira Gomes da Silva, seu ex-namorado, a enterrou.
Segundo as investigações, o homem brigou com Letícia por não concordar com o fim do relacionamento e a enforcou dentro da casa onde eles moravam com o filho de 2 anos. Com a vítima ainda desacordada, Rafael enterrou a companheira no quintal da residência e colocou três camadas de cimento para ninguém suspeitar do crime. O laudo de necropsia apontou que a vítima foi enterrada viva, tendo morrido por "asfixia por constrição do pescoço e soterramento".
Rafael se entregou na Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) no dia 1º de fevereiro. Logo após se entregar, ele tentou contar outra versão sobre o crime, mas entrou em contradição e, por fim, confessou. O homem detalhou que estava com a vítima quando ela disse que iria sair de casa com o filho de 2 anos para morar com o atual companheiro, dando início à discussão que levou ao feminicídio.
No dia 19 de janeiro, a jovem Kethelyn Botelho fez uma denúncia na 35ª DP (Campo Grande) contra Gabriel Pereira, seu namorado, depois de ser agredida pelo homem em um condomínio de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio. As agressões foram gravadas por vizinhos e as imagens mostram o suspeito dando socos e tapas na vítima. Segundo a mulher, o relacionamento era abusivo e marcado por agressões.
Em relação a esse caso, a Polícia Civil informou que os envolvidos prestaram depoimento na 35ª DP e que foram solicitadas medidas protetivas de urgência para a vítima. Após a apresentação e análise das imagens da agressão, a delegacia representou pela prisão temporária de Gabriel. A investigação está em andamento.
Em 18 de janeiro, a empregada doméstica Marcele Pereira da Silva, de 43 anos, foi morta a facadas pelo ex-marido Rogério Cabral Massaroni, conhecido como Bodão, na comunidade Agrícola, no Alto da Boa Vista, Zona Norte do Rio. Segundo familiares, o homem chegou por uma área de mata e cercou a ex-companheira, esfaqueando a vítima em seguida.
Após o crime, Rogério fugiu do local levando o celular da vítima e chegou a enviar mensagens para a família de Marcele com ameaças. Parentes relataram que o suspeito disse que pretendia matar todos que moravam com a mulher, mas desistiu porque a filha, fruto do casamento com a vítima, estava na casa. A família da empregada doméstica ainda destacou que o relacionamento de 16 anos do casal era abusivo. Bodão foi preso um dia depois do crime e encontrado morto no dia 20 de janeiro na cela da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).
Já em Saquarema, na Região dos Lagos do Rio, uma adolescente de 16 anos, que estava grávida de três meses, foi morta por estrangulamento. Pedro Henrique Moreira, de 21 anos, ex-namorado da vítima, foi preso por suspeita do crime. Ele seria o pai da criança que ela esperava. O relacionamento do casal havia terminado recentemente, mas o rapaz não estaria aceitando o fim e insistia em reatar. De acordo com parentes da vítima, o homem teria marcado um encontro com a vítima para falar sobre a gravidez e cometeu o crime, fugindo logo em seguida.
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