Rogério morreu na cadeiaFoto: Reprodução

Rio - Rogério Cabral Massaroni, conhecido como Bodão, suspeito de matar a facadas a ex-mulher Marcele Pereira da Silva, no Alto da Boa Vista, Zona Norte do Rio, foi encontrado morto em sua cela, neste sábado (20), na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. O caso é investigado pela especializada, que segue com o inquérito do feminicídio em aberto.
De acordo com a Polícia Civil, os agentes realizaram perícia na cela onde o suspeito estava. A DHC também já instaurou um procedimento para apurar o fato. A Corregedoria-Geral da instituição acompanha o caso. 
A audiência de custódia do homem estava prevista para ser realizada no sábado (20). Contudo, ele não foi apresentado pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) à Justiça. Seu nome também não constava no Sistema de Identificação Penitenciária (Sipen). Após saber da morte, a juíza Priscila Macuco Ferreira notificou, nesta segunda-feira (22), o Ministério Público do Rio (MRPJ) e a Defensoria Pública sobre o ocorrido.
Rogério foi preso na tarde de segunda-feira (19), no Alto da Boa Vista. Ele chegou a ser atingido por uma familiar de Marcele da Silva com uma bolsa na cabeça ao chegar na DHC. O homem foi apontado como o responsável pelo assassinato da empregada doméstica na comunidade Agrícola, na noite de quinta-feira (18). 
Segundo a família da vítima, o suspeito se aproximou da vítima - que era sua ex-companheira -, a cercou e a esfaqueou, fugindo em seguida levando o celular de Marcele. A empregada foi socorrida e levada para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, mas não resistiu.
Após o feminicídio, Rogério chegou a enviar mensagens para parentes da vítima com ameaças. Segundo a família, o suspeito disse que pretendia matar todos que moravam com Marcele, mas desistiu porque a filha, fruto do casamento com a mulher, estava na casa. Familiares ainda relatara que o relacionamento de 16 anos do casal era abusivo.
"Não adianta correr"
A reportagem do O DIA teve acesso a algumas ameaças de Rogério à Marcele. A prima da vítima contou que tais ameaças eram constantes e muitas vezes realizadas por áudio.
"Isso é medo, né?. Não adianta correr não. O que é do homem o bicho não come... Pego na boa, precisa correr não. Sou cria. Sou nascido e criado na minha comunidade, tá pensando que vai passar batido", disse Rogério em um dos áudios.
Ele disse, ainda, que colocaria fogo na casa em que a doméstica morava. "Sou não fiz uma merda nessa casa porque minha filha tá aí dentro. Minha vontade é jogar dois coquetéis (molotov) aí e explodir tudo. Só não faço isso porque tem duas crianças aí que não merecem", afirmou.
A investigação sobre o caso ainda está em andamento. Marcele foi enterrada na tarde de sábado (20) no Cemitério São Francisco Xavier, no Caju, Zona Portuária do Rio. Ela deixou duas filhas, sendo uma de 30, fruto de outro relacionamento e outra de 7, do casamento com Rogério.
Durante o sepultamento, Rafaela Pereira, a filha mais velha da vítima, contou que a mãe tentou terminar o relacionamento com o homem outras vezes, incluindo com medidas protetivas, mas ele prometia que iria melhorar. "Ele ia para a igreja e dizia que voltaria melhor, mas fazia de novo as mesmas coisas", contou.