Marcele Pereira foi morta por exArquivo Pessoal

Rio - A empregada doméstica esfaqueada pelo ex-companheiro, no Alto da Boa Vista, na Zona Norte do Rio, morreu na tarde desta quinta-feira (18). Marcele Pereira da Silva, de 43 anos, foi atacada pelo homem na Estrada Capitão Campos, na comunidade Agrícola, e chegou a ser socorrida para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, mas não resistiu aos ferimentos. O principal suspeito fugiu do local após o crime, levando o celular da vítima, e ainda não foi localizado. 
De acordo com familiares, o crime aconteceu pouco antes das 8h, quando Marcele andava pela via para ir para o trabalho e o homem chegou pela mata e a cercou, esfaqueando a vítima em seguida. Parentes relataram que o suspeito disse que pretendia matar toda a família que morava com ela, mas desistiu porque a filha, fruto do casamento com a mulher, estava na casa. Parentes afirmam que o relacionamento de 16 anos era abusivo.
Segundo uma prima, o homem sempre apresentou comportamento agressivo e Marcele já havia se separado pelo menos outras três vez, mas acabava voltando por conta de ameaças. Patrícia Lino contou que ele dizia que mataria a mãe e o irmão, que é pessoa com deficiência, além das filhas dela, e que colocaria veneno na caixa d'água da casa da sogra, onde a vítima estava morando desde o fim do casamento.  Diferente das outras vezes, ela estava decidida a não reatar, o que teria motivado o crime. 
"A gente está sem saber o que fazer e sem saber o que pensar. A Marcele era uma menina tranquila, tinha boca e não falava, tanto que ele agredia ela o tempo todo e ela não falava, não reagia, ficava 'na dela', para proteger todo mundo. Ela fazia de tudo para proteger, tanto que ela voltava com ele para proteger a família. Infelizmente, aconteceu isso. A gente está na espera da polícia conseguir pegar ele, porque até agora nada, ficou por isso mesmo", desabafou Patrícia. 
A mulher chegou a denunciar o ex-companheiro e tinha uma medida protetiva contra ele. "A gente tem todos os papéis da delegacia, de boletim de ocorrência, medida protetiva, não adiantou muita coisa", lamentou a prima. A família de Marcele também teme pela própria segurança, já que, desde que fugiu com o celular da vítima, o homem tem enviado mensagens pelo número da mulher com ameaças de morte aos familiares dela. 
Inicialmente, o caso foi registrado na 19ª DP (Tijuca), mas após a morte da emprega doméstica, foi encaminhado para a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Em nota, a Polícia Civil informou que a investigação está em andamento na especializada e que "agentes realizam diligências para localizar o suposto autor do crime e esclarecer todos os fatos". A família irá ao Instituto Médico Legal (IML) na manhã desta sexta-feira (19) para liberar o corpo da vítima. Marcele deixa duas filhas de 7 e 23 anos.