Letícia Barbosa Leite da Silva, de 29 anos, deixa três filhos de 7, 5 e 2 anosReprodução
Corpo de mulher desaparecida é achado na casa do marido, em Caxias
Letícia Barbosa Leite da Silva, de 29 anos, estava sumida desde 16 de janeiro. Família diz que companheiro da vítima cometeu o crime
Rio - A Polícia Civil investiga a morte de uma mulher encontrada enterrada na casa onde morava com o marido, no bairro Pantanal, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Letícia Barbosa Leite da Silva, de 29 anos, estava desaparecida desde 16 de janeiro e a família acredita que o companheiro seja o autor do crime. O corpo da vítima foi encontrado na última sexta-feira (26) e o homem não foi mais visto.
A mãe, Liliane Barbosa, conta que trocou mensagens com a filha no dia do desaparecimento mas, horas depois, não conseguiu mais falar com Letícia e não teve mais notícias. O veículo da mulher ficou estacionado no local onde ela trabalhava vendendo carros, em Ilha Grande, mas a vítima não apareceu. Ao perguntar ao marido se ele tinha informações sobre o paradeiro dela, o homem teria dito à sogra que estava "muito chateado" com o desaparecimento.
Ainda de acordo com Liliane, além de não ter ajudado nas buscas pela esposa, o marido continuou morando na casa onde o crime aconteceu e manteve a rotina de trabalho, apenas compartilhando fotos da mulher nas redes sociais. "Foi ele, sim. Dentro do quintal, quem mais foi? Foi ele. Ele é cínico, falou comigo: 'vou ajudar', mas nem para ir lá em casa, para perguntar, ficou só postando as fotos dela, procurar, mesmo, não foi. Ele é um cínico, assassino", afirmou a mãe.
Letícia e o companheiro viviam juntos há nove anos e tinham dois filhos, de 5 e 2 anos. A vítima ainda era mãe de outra criança, de 7 anos, de outro relacionamento. As crianças não estavam na casa da família quando o crime aconteceu e, desde então, têm ficado com parentes. Elas ainda não sabem sobre a morte da mulher. Liliane contou também que a filha já havia sido agredida, mas nunca se queixava. "Ele dava socos nela, nas costelas dela, ela ficava toda roxa e não falava nada, ficava quieta e com a cabeça baixa".
A família chegou a procourar a vítima no Instituto Médico Legal (IML) e em hospitais, mas ela não foi localizada. Na última sexta-feira, um irmão decidiu ir até a casa onde Letícia vivia com o marido e pulou o muro para conseguir entrar. No quintal, encontrou um pano cobrindo três camadas de concreto ainda fresco, onde o corpo da vítima estava enterrado. Segundo a Polícia Militar, o 15º BPM (Duque de Caxias) foi acionado para uma ocorrência de encontro de cadáver e encontrou a mulher sem vida.
Uma perícia foi realizada no local e o caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF). A Polícia Civil informou que diligências estão em andamento para elucidar os fatos e identificar a autoria e a motivação do crime. O corpo de Letícia foi sepultado no último sábado (27), em Duque de Caxias. Usando camisas em homenagem à vítima, a mãe e o irmão, Lucas Barbosa, estiveram na especializada, nesta terça-feira (30).
"Minha ficha ainda não caiu. Ela era uma menina trabalhadora, uma menina quieta, corria atrás, comprava as coisas para os filhos dela, tudo que a gente pedia, ela fazia, nunca falava não. Era uma menina caseira, muito apegada aos filhos, à família, todo mundo gostava dela. A gente está muito abalado, muito triste. Eu não estou conseguindo dormir, não estou conseguindo comer, só tristeza. A avó paterna dela está muito triste. A gente espera que a justiça seja feita, que ele seja preso", desabafou Liliane.
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