Primeiro dia útil de funcionamento da faixa exclusiva do BRT Transbrasil, na Av. Brasil, nesta segunda-feira (01).Reginaldo Pimenta/Agência O Dia
Vereadores criticam falta de explicações do trânsito na Avenida Brasil por parte da prefeitura
Felipe Michel (PP), presidente da Comissão de Transportes, pediu que seja esclarecido se a Prefeitura do Rio realizou um estudo de impactos antes de implementar o BRT Transbrasil
Rio - Parlamentares da Câmara de Vereadores do Rio se reuniram em audiência nesta terça-feira (9) para debater o trânsito intenso na Avenida Brasil após a inauguração do BRT Transbrasil. Felipe Michel (PP), que preside a Comissão de Transportes da Casa, criticou os problemas que ocorreram desde a implantação e questionou se houve um estudo quanto aos impactos. O congestionamento a 177 km na última quarta-feira, 100 km a mais do que a média prevista para o mesmo horário.
"O que os cariocas passaram na última semana foi inaceitável. Queremos saber se a prefeitura fez um estudo de impacto antes de colocar o BRT para funcionar. Não somos contra sua implantação, mas precisamos pensar nos passageiros dos ônibus de linha e nas pessoas que usam o transporte por aplicativo. Não foi só a Avenida Brasil que parou, foram vias importantes da cidade. Temos que encontrar soluções, e nada melhor do que uma audiência pública para isso", discursou Felipe.
O presidente da comissão ainda destacou que convidou a Secretaria Municipal de Transportes para participar da audiência, mas nenhum representante esteve presente. Em nota, a pasta informou que comunicou à Câmara dos Vereadores que não enviaria representantes porque todos os responsáveis estavam empenhados exclusivamente na operação da Transbrasil nesta terça-feira. Durante a sessão, outros vereadores lamentaram a ausência do Poder Executivo.
O vereador Luiz Ramos Filho (PSD), integrante da comissão, criticou a falta de continuidade na construção de políticas públicas na área de transporte. "Passaram vários secretários pela pasta. Toda vez que eu iniciava um processo, passava um tempo, a equipe já tinha mudado e a formulação desaparecia". Em relação ao trânsito, o parlamentar pregou cautela. "Acredito que a prefeitura não é inflexível de insistir em algo prejudicial. Precisamos ter paciência e dar um tempo para ver como o modal vai se comportar", acrescentou.
Felipe Michel deu entrada em um Projeto de Decreto Legislativo (PDL) convocando a secretária Maína Celidonio ou representantes para levar dados à Câmara sobre o impacto da implementação do BRT e as medidas que serão tomadas. O vereador Jorge Felippe (PP) ressaltou a necessidade de mais abertura ao diálogo com a Casa e a população. "Quem tem responsabilidade pública não pode se ausentar do debate. É preciso ter humildade de vir discutir. Governar, antes de decidir, é ouvir a população", criticou.
O presidente do Sindicato das Empresas do Transporte Rodoviário de Cargas e Logística do Rio de Janeiro (Sindicarga), Filipe Coelho, afirmou que a associação encomendou um estudo de impacto com, mas que não foram ouvidos pela prefeitura. "Em momento algum fomos recebidos para discutir o estudo. Só conseguimos mais atenção quando transportadores autônomos ameaçaram fazer greve", apontou.
O trânsito também faz com que os veículos fiquem parados em determinados trechos. Wagner Luiz Ferreira, comandante do Batalhão de Policiamento em Vias Expressas, esteve na audiência e indicou que é preciso haver medidas preventivas.
"Seria necessário o diálogo com a prefeitura para saber até onde conseguimos oferecer uma segurança eficaz e onde seria um risco maior. Assim conseguiríamos atender o desejo de todos, que é mais segurança e mobilidade", destacou.
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