Guido Schäffer foi homenageado no posto 11, no Recreio Reprodução / Redes Sociais

Rio - Amigos e familiares do médico, seminarista e surfista Guido Schäffer se reuniram em um ato, nesta quarta-feira (1°), dia em sua morte completou 15. Durante o evento, na Praia do Recreio, foi celebrada uma missa, além de uma roda de surfistas. Em maio de 2023, o Vaticano reconheceu as virtudes heroicas de oito servos de Deus, entre eles o brasileiro. Desde então, ele tornou-se venerável, alcançando uma etapas rumo à beatificação.


A homenagem recebeu o nome de D.I.A, cujas siglas significam "avançar para águas mais profundas". Guido morreu no dia 1° de maio de 2009, aos 34 anos, enquanto surfava com amigos na Praia do Recreio. Recentemente, o local passou a abrigar uma pequena capela em homenagem ao médico.

"Celebrar a missa por um venerável que está a caminho no sentido da beatificação, é lembrar que em todas as situações e ocasiões, nós somos chamados, somos convidados a viver o Evangelho, a colocá-lo em prática, na família, no trabalho, na sociedade e também no lazer. Guido o fazia tanto nas suas palestras, nas suas conferências, no seu tempo de oração, de reflexão, como também no seu tempo de estudos, ou de trabalho social com os pobres, como médico, ou ainda também no seu lazer", declarou Dom Orani João Tempesta, cardeal-arcebispo do Rio, durante a celebração.

A mãe de Guido, Maria Nazaré Schäffer, contou que a iniciativa da celebração partiu de uma fala de Dom Orani. 

"Um dia o senhor falou que o local onde um servo de Deus fez a sua páscoa definitiva deve ser visitado. Então vamos à missa do dia 1º, tirar da igreja e colocar na praia. E assim nós fizemos", revelou Maria.

Trajetória
Nascido em Volta Redonda em 22 de maio de 1974, Guido começou sua relação com a catolicismo ainda no mesmo ano, quando foi batizado em 22 de dezembro, aos 7 meses. Ainda jovem, a família se mudou para Copacabana, onde ele concluiu o Ensino Médio. 
Formou-se em medicina e dedicou o início de sua carreira à população de rua assistida pelas Irmãs Missionárias da Caridade.
Após voltar de uma viagem internacional, ele revelou aos pais sua vontade se ser padre e começou a conciliar a medicina com a evangelização. Ao longo de sua vida, fundou diversos grupos de oração, atuou para propagar o cristianismo e se envolveu em diversas obras de caridades.
Guido cursou os dois primeiros anos de Teologia, no Mosteiro de São Bento, mas morreu antes de concluir o curso. 
A família agora aguarda a conclusão do processo que deve beatificar Guido Schäffer. A ação, que foi aberta em 2015, foi encerrada no Brasil dois anos depois, em 2017. O processo segue através da Congregação da Causa dos Santos no Vaticano, que pode nomear o seminarista como primeiro santo do Rio de Janeiro.
Seus restos mortais encontram-se na Igreja Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, na Zona Sul.