Agentes foram presos nas fases da Operação 4º Elemento, deflagrada pelo MPRJ em 2017 e 2018Arquivo / Agência O Dia

Rio - O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou, nesta segunda-feira (20), dois ex-policiais civis acusados de extorsão. Além dos agentes, outras duas pessoas também foram denunciadas. Segundo o MPRJ, a quadrilha, formada por delegados, policiais civis e militares, bombeiros, agentes penitenciários e informantes, identificava pessoas que estivessem fora da lei, simulava uma ação policial e exigia uma quantia muito alta em dinheiro para que os suspeitos não fossem detidos. 
O grupo foi preso durante as duas fases da Operação Quarto Elemento, que já denunciou 48 pessoas por práticas de crimes como organização criminosa, corrupção, usurpação de função pública, concussão e peculato, além de extorsão. Para o Ministério Público, a quadrilha identificava pessoas que fossem "irregulares", seu potencial econômico e faziam uma operação contra elas, sempre com a intenção de pegá-las em flagrante cometendo algum tipo de crime.
Em seguida, eles ameaçavam e pediam propina. Além disso, os policiais também tomavam armas, produtos e mercadorias como pagamento. Segundo o MPRJ, em vez de autuá-los oficialmente, os agentes praticavam a extorsão. 
A investigação identificou que qualquer pessoa que praticasse algo ilegal poderia ser vítima do bando. O MP identificou extorsão contra vendedores de mercadorias piratas, ambulantes, postos de gasolina, bingos, donos de veículos clonados e comerciantes em situação irregular.
Uma mulher que também foi denunciada trabalhava com a compra e venda de carros usados. Em um dos casos citados na denúncia, ela negociou dois veículos clonados, apreendidos durante uma ação policial. Segundo o Gaeco, a mulher sabia que os documentos apresentados estavam em nome de terceiros, e não em nome da pessoa que vendeu os carros, além de saber da procedência ilegal dos veículos.

De acordo com o MPRJ, o outro denunciado já é réu em um processo pela venda de veículos produtos de crimes em outras oportunidades. Na denúncia, consta que ele também seria proprietário de uma empresa de compra e venda de veículos clonados.