Familiares e amigos se despediram de Eliseu Neto durante velório no Cemitério da PenitênciaPedro Teixeira / Agência O Dia

Rio - O ativista Eliseu Neto, defensor dos direitos das pessoas LGBTQIA+, de 45 anos, foi cremado, na tarde desta quarta-feira (22), no Crematório e Cemitério Vertical da Penitência, no Caju, Zona Portuária do Rio. O velório foi reservado para familiares e amigos mais próximos. Ele morreu nesta terça-feira (22) na cidade do Rio, onde morava.
Há cerca de uma semana, Eliseu publicou nas suas redes sociais um pedido de ajuda financeira para custear um tratamento de uma doença autoimune que o acometia. Segundo o ativista, a enfermidade não deixava nem ele sair de casa, sendo necessário sessões de fisioterapia.
Durante a sua carreira, Eliseu liderou iniciativas que resultaram em grandes conquistas para a comunidade LGBTQIA+, entre elas a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) no Supremo Tribunal Federal (STF), que resultou na criminalização da homofobia no Brasil, e o fim da proibição de doação de sangue por homossexuais. Neto também era psicanalista, psicólogo e psicopedagogo. 
Através das redes sociais, amigos lamentaram a perda. A cantora Daniela Mercury escreveu: "Sinto imensamente pela partida de Eliseu. Ele era muito querido e foi responsável por muitas conquistas de direitos LGBTQIA+ , inclusive a criminalização da homofobia. Mando minha solidariedade para a família e os amigos".
A jornalista e apresentadora Rachel Sherazade também se despediu. "Meu amor, meu coração tá doendo muito. Queria o abrigo do seu abraço, ouvir sua voz, ver mais uma vez seu sorriso tão amigo. Mas, tudo agora é silêncio, ausência, tristeza e dor. Não sei o que dizer. Sua despedida tão repentina, tão indesejada me roubou o chão e as palavras. Obrigada por tudo. Nunca vou te esquecer, meu amigo tão lindo."
Além delas, Erika Hilton, ativista e deputada federal pelo (Psol/SP), desejou seus sentimentos à família do amigo. "Eliseu foi autor, professor universitário, liderança do Cidadania e responsável pela criminalização da LGBTFobia no STF. Aos seus amigos, familiares e aliados, meu pesar e meus sentimentos. Que sua memória siga viva na luta pela igualdade de direitos, pela não discriminação e pelo direito fundamental de ser e de amar".
O Cidadania, partido o qual Eliseu era filiado, destacou o comprometimento do ativista com a defesa dos direitos LGBTQIA+. "Sua dedicação com a justiça e a igualdade foram exemplares. Sentiremos profundamente sua falta, mas seu legado continuará a inspirar nossa luta por uma sociedade mais justa e inclusiva."