A fachada também foi revitalizadaReginaldo Pimenta / Agência O Dia
Após quase dois anos de reforma, histórico Teatro Carlos Gomes será reinaugurado nesta segunda-feira
Espaço na Praça Tiradentes passou por revisão estrutural, com obras na fachada, troca de cadeiras e outras mudanças
Rio – O tradicional Teatro Carlos Gomes, na Praça Tiradentes, será reinaugurado nesta segunda-feira (1°) após ficar quase dois anos fechado para uma reforma de mais de R$ 16 milhões, realizada pela prefeitura. Com 152 anos de história, o espaço reabre totalmente remodelado, recebendo a festa de entrega do 18º Prêmio APTR, promovido pela Associação de Produtores de Teatro do Rio.
Sob o comando da Secretaria Municipal de Cultura, o prédio passou por uma revisão estrutural completa, com reforma na imponente fachada e a restauração de elementos históricos. A configuração das plateias e balcões está renovada, garantindo acessibilidade para o público e artistas, com trocas de todas as 650 cadeiras da plateia, do carpete e da cortina de veludo. Os salões Guarani e Paraíso foram climatizados e reformados, assim como os 11 camarins.
A obra, incluiu, um novo sistema de prevenção e combate a incêndios, além de moderno tratamento de iluminação cênica.
Após a premiação da APTR, a peça "Bibi - Uma Vida em Musical" entra em cartaz de 25 de julho a 18 de agosto. Dirigido por Tadeu Aguiar, o espetáculo conta a trajetória de Bibi Ferreira (1922-2019), considerada uma das maiores atrizes e cantoras brasileiras de todos os tempos.
"A reforma do Teatro Municipal Carlos Gomes, no âmbito do maior programa de reforma e requalificação dos equipamentos culturais da história da cidade, o Cultura do Amanhã, transformou um dos mais tradicionais teatros públicos da cidade em um dos mais charmosos e modernos. Agora, o nosso querido Carlos Gomes está mais preparado do que nunca para abrigar experiências artísticas e espetáculos de ponta, com mais conforto tanto para o público em geral quanto para os produtores culturais", celebra o secretário municipal de Cultura do Rio, Marcelo Calero.
O presidente da APTR, Eduardo Barata, também comemora a reabertura da casa. "O Carlos Gomes é de uma importância bem grande para a cidade e o estado. Um teatro de 152 anos, com espetáculos com uma linguagem. Por ser um dos maiores palcos do Rio, com uma acústica maravilhosa, isso permite que a gente tenha grandes produções se apresentando lá. Ao mesmo tempo, ele tem uma arquitetura e um olhar íntimo. Você pode fazer um monólogo lá e se comunicar com a pessoa que está lá na galeria. Pode ser feito tambén um musical no palco com 50 pessoas e você se comunica."
O jornalista e produtor cultural João Luiz Azevedo destaca a importância da reabertura para a cidade. "Eu considero sempre muito importante a reabertura de um teatro, seja ele pequeno, grande, da prefeitura, do estado ou particular. Para quem trabalha e milita na área de cultura e shows, isso é sempre importante. Quando o teatro se trata de um Carlos Gomes, com a importância dele, do tempo que ele está aí, é muito mais bem-vindo. Esse teatro é um gigante para a nossa cultura", analisa.
História
O Carlos Gomes é considerado um dos mais importantes palcos cariocas. Nele, já se apresentaram figuras icônicas da dramaturgia, como Grande Otelo, Eva Todor, Dulcina de Moraes, Bibi Ferreira, Miguel Falabella, Christiane Torloni e muitos outros.
Sua inauguração aconteceu em 1872. O primeiro nome era Teatro Santana, mas foi rebatizado no início do século XX em homenagem a Carlos Gomes, o mais importante compositor de ópera brasileiro, autor de "O Guarani". Em 1929, o espaço sofreu seu primeiro incêndio. O prédio, então, foi reconstruído e adotou o tradicional estilo art déco, que perdura até hoje. Sua última grande reforma estrutural tinha acontecido em 1988.
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