Casal foi flagrado imitando macaco durante roda de samba no Centro do RioReprodução / Redes Sociais
Publicado 23/07/2024 12:31 | Atualizado 23/07/2024 12:36
Rio - A Associação Orff-Schulwerk da Argentina defendeu a professora associada que foi filmada imitando macacos em uma roda de samba, no Centro do Rio. O caso aconteceu na última sexta-feira (19), na Praça Tiradentes, quando uma jornalista gravou a estrangeira e um brasileiro que mora na cidade fazendo os gestos, durante a apresentação do grupo PedeTeresa. A organização sem fins lucrativos alegou que o ato não tem conotação racista no país. 
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Em uma publicação, a Associação fez um pronunciamento, após a "quantidade de mensagens recebidas nas redes sociais relacionadas ao vídeo que viralizou" e afirma que a organização e seus integrantes "celebram a diversidade e repudiam categoricamente qualquer ato de racismo ou discriminação". Segundo a Off-Schulwerk, a professora que aparece nas imagens é associada há muitos anos e participou de alguns encontros, "mostrando sempre uma grande capacidade de trabalho e criatividade". 
A professora estrangeira veio ao Rio para um evento no Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), entre os dias 15 e 19 deste mês, e não estava representando a Associação, de acordo com a publicação. A nota continua dizendo que a organização lamenta profundamente a situação "totalmente surpreendente", mas declara que na Argentina, "no contexto de uma atividade pedagócica, a imitação de animais não tem conotação racista". 
A Orff-Schulwerk conclui o texto dizendo que vão "continuar trabalhando para proporcionar a todos música da melhor qualidade, com o respeito que todos merecemos". O crime é investigado pela Delegacia de Crimes Racias e Delitos de Intolerância (Decradi), que ouve testemunhas e realiza investigações para identificar e intimar os autores para prestarem esclarecimentos. O caso também é acompanhando pela Comissão de Combate ao Racismo da Câmara Municipal do Rio. 
A Junta Diretiva Internacional do Fórum Latino-americano de Educação Musical (Fladem) pediu à seção brasileira o início de uma investigação sobre a argentina e informou que as pessoas investigadas não são associadas e que o vídeo foi gravado quando todo o seminário já havia terminado, não estando relacionado a nenhuma atividade acadêmica, pedagógica ou cultural desenvolvida no evento. As cenas da dupla foram registradas pela jornalista Jackeline Oliveira e foi denunciado, junto com representantes do grupo PedeTeresa. 
Seguranças que trabalhavam na roda de samba em que o casal foi filmado relataram ter visto outro argentino fazendo os gestos racistas. Um dos profissionais contou que havia um grupo dançando e um argentino passou a imitar macacos, momento em que ele chamou atenção do homem, que teria parado. O flagrante aconteceu por volta de 1h, quando o público estava indo embora. A organização do evento acredita que havia um grupo de estrangeiros da Argentina na roda de samba. 
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