Adolescente foi baleada após pai entrar por engano na comunidade Baixa do Sapateiro, na MaréArquivo / Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Publicado 19/09/2024 16:44 | Atualizado 19/09/2024 19:08
Rio - A adolescente V.B.S, de 14 anos, baleada nas costas no Complexo da Maré, na Zona Norte, na manhã desta quarta-feira (18), é, pelo menos, a sexta pessoa baleada ao entrar por engano em uma comunidade da cidade neste ano. A lista inclui um policial penal, um agente da Força Nacional e um policial militar.
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A vítima veio de Minas Gerais para tirar o visto de turismo no Consulado Americano, no Centro, quando entrou por engano na comunidade Baixa do Sapateiro, localizada no Complexo da Maré, que é dominada pelo Terceiro Comando Puro (TCP). Ela estava com o pai, que pegou uma saída errada da Linha Amarela.
Ao perceber a presença de bandidos, o homem teria feito o retorno. Em seguida, os bandidos atiraram em direção ao veículo e um dos tiros perfurou a traseira do carro, atingindo as costas da adolescente. V.B.S foi socorrida por policiais militares e encaminhada ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, também na Zona Norte. Além da jovem e do pai, o irmão dela também estava no carro, mas nenhum dos dois se feriu.
A menina segue internada nesta quinta-feira (19) com quadro de saúde estável. A vítima é sobrinha da empresária Kamila Simioni. Segundo a tia, V.B.S passou por uma cirurgia e está no Centro de Terapia Intensiva (CTI) da unidade.
"É um misto de choque, susto, impotência, insegurança, dor e um sentimento inexplicável de gratidão a Deus pelo livramento concedido à minha sobrinha e ao meu irmão. Ela passou por uma cirurgia delicada, mas graças a Deus, tudo ocorreu bem. Ela ainda está no CTI, consciente e sob cuidados intensivos", destacou.
A Polícia Civil identificou dois suspeitos de atirarem contra o veículo. As investigações do caso estão em andamento e sob sigilo. "A instituição informa, ainda, que é concedida absoluta prioridade em todos os procedimentos que figuram crianças e adolescentes vítimas", informou em nota.
Outros casos
Em julho, um policial da Força Nacional foi baleado de raspão na cabeça ao entrar por engano em Vigário Geral, na Zona Norte. Ele dirigia uma viatura e estava com um outro agente quando pegou uma rota alternativa para prestar apoio à uma outra equipe. Ao entrar na região, eles foram atacados a tiros por criminosos.
Em junho, o motorista de aplicativo Wilson Brasilino de Oliveira, de 47 anos, ficou ferido após ser baleado durante uma corrida para Brás de Pina, na Zona Norte. O homem entrou por engano em um dos acessos à comunidade do Quitungo, dominada pela facção Comando Vermelho (CV). 
Em maio, o policial penal Otávio José Lins Brasil, de 58, morreu depois de ser baleado em um confronto com criminosos logo após entrar por engano na comunidade Cavalo de Aço, em Senador Camará, na Zona Oeste. Ele foi abordado por criminosos armados na região, se assustou e fugiu com o seu veículo na direção da Avenida de Santa Cruz, onde atropelou e arrastou uma moto, que ficou presa embaixo do carro. No meio da rua, a vítima desceu do veículo para ver o que tinha acontecido. Neste momento, os criminosos atiraram contra ele, que reagiu. Otávio foi baleado, socorrido e encaminhado ao Hospital Albert Schweitzer, em Realengo, mas não resistiu. Uma criança, de 8 anos, também foi atingida e morreu.
Em abril, um mototaxista foi atingido na comunidade do Quitungo, em Brás de Pina. Em depoimento, ele contou que homens armados revistaram seu celular, constataram que ele é morador da Cidade Alta, no Complexo de Israel, que é dominada pelo TCP e vive em guerra com traficantes do Quitungo, e o ameaçaram. O homem tentou fugir e os bandidos atiraram.
Em março, o policial militar Luciano Campos de Azevedo estava de folga com sua motocicleta próximo do Cemitério da Cacuia, quando o aplicativo de GPS direcionou o caminho por dentro do Morro do Dendê, na Ilha do Governador, na Zona Norte. Criminosos atiraram contra a vítima, que foi atingida no abdômen. A Polícia Militar realizou uma operação emergencial para resgatá-lo. 
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