Motorista está internado no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na PenhaArquivo / Agência O Dia

Rio - Imagens de câmeras de segurança estão sendo analisadas para identificar os suspeitos de atirarem contra o motorista de aplicativo Wilson Brasilino de Oliveira, de 47 anos, que foi baleado ao entrar por engano na comunidade do Quitungo, em Brás de Pina, na Zona Norte do Rio, nesta segunda-feira (3).
O caso é investigado pela 38ª DP (Brás de Pina). Agentes da delegacia já realizaram uma perícia no local onde a vítima foi baleada e realizam outras diligências para saber quem são os responsáveis.
Wilson foi atingido quando levava um passageiro até um endereço em Brás de Pina. No caminho, ele entrou por engano em um dos acessos à comunidade do Quitungo, onde foi baleado. O motorista foi socorrido e levado ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, ainda na Zona Norte do Rio. De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), seu quadro é considerado estável.
Na ocasião, Valquíria da Silva Oliveira, de 54 anos, também foi baleada. A mulher estaria em uma rua da região quando os disparos aconteceram. Ela deu entrada no Getúlio Vargas e tem quadro estável.
Crime organizado
A comunidade do Quitungo é dominada pela facção Comando Vermelho (CV). Constantemente, traficantes entram em confronto com rivais do Terceiro Comando Puro (TCP), que dominam comunidades próximas da região, em busca de ampliação de territórios.
Além das disputas, a comunidade também registrou casos de pessoas desaparecidas neste ano. Em janeiro, houve três casos em um período de 10 dias. Wagner Motta Neves, de 33 anos, foi visto pela última vez na Rua Guaporé no dia 4. Ele, que trabalhava como entregador de um restaurante, foi rendido por traficantes do CV a caminho de uma entrega. De acordo com as investigações, o homem teria sido confundido com um integrante de uma facção rival.
A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), responsável pelas investigações, localizou a moto da vítima em Parada de Lucas, região que pertence à facção rival do CV. A especializada acredita que os responsáveis pelo crime tentaram responsabilizar a facção rival pelo desaparecimento de Wagner.
Já Wagner Santana Vieira, de 36 anos, desapareceu no dia 8 de janeiro, quando ia visitar a família em Brás de Pina. Ele saiu da Barra da Tijuca, onde morava, e o corpo foi localizado no dia 10 do mesmo mês, às margens de um rio, na localidade do Cantinho da Ponte, na Cidade dos Meninos, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Em outro caso, J.V.A.S., de 16 anos foi capturado por criminosos no dia 14 de janeiro, quando soltava pipa com amigos, próximo à estação de trem em Brás de Pina. O adolescente, que morava em uma região dominada por traficantes do Terceiro Comando Puro (TCP), teria sido confundido com um criminoso e sequestrado e morto por bandidos de uma facção rival.
Os sequestros no Quitungo são apurados pela 38ª DP (Brás de Pina) e, de acordo com o delegado titular, Flávio Rodrigues, a principal linha de investigação é de que eles tenham sido levados pelos bandidos devido a um acerto de contas de grupos criminosos, porque as vítimas moravam ou integravam o tráfico de drogas de favelas dominadas por facções rivais. Entretanto, não há confirmação de que elas tenham envolvimento com o crime organizado.