Rio - A Polícia Civil investiga a morte de um motociclista em Jacarepaguá, na Zona Oeste. De acordo a família, Pedro Henrique Figueiredo da Silva, de 27 anos, saiu da Cidade de Deus, onde morava, para levar uma passageira até a Rua Araticum, no Anil. Os parentes afirmam que no local de destino, ele foi assassinado a tiros após milicianos descobrirem que ele era morador de uma comunidade dominada por facção rival.
Além disso, familiares alegam que os criminosos encontraram em seu celular uma foto com uma arma de gel. A suspeita é que o grupo teria o confundido com traficante. O episódio ocorreu na última quarta-feira (25). O corpo da vítima foi encontrado na Lagoa de Jacarepaguá, próximo à Avenida Ayrton Senna, quatro dias depois.
De acordo com familiares, o jovem morreu por estar em uma região dominada por milicianos. "Ele foi morto por conta da disputa de territórios. A foto com arma de gel só foi uma sentença para a morte dele. Lá todos os dias, é extremamente proibido a entrada de mototaxista, Uber, 99 moto e principalmente pessoas que moram em localidade dominada por facção rival. Ele estava trabalhando, ele só foi fazer seu papel de trabalhador que era deixar a passageira no destino", explicou o cunhado da vítima que preferiu não se identificar.
Segundo a Polícia Militar, agentes do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes) foram acionados para uma ocorrência de encontro de cadáver no domingo (29). No local, os militares localizaram o corpo do rapaz com marcas de tiro dentro da lagoa. O Corpo de Bombeiros foi acionado e o cadáver encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).
O celular, documentos e a moto de Pedro Henrique não foram encontrados. De acordo com a família, o veículo foi visto circulando pela região de Rio das Pedras sem placa. O rapaz será enterrado nesta terça-feira (1), às 15h, no Cemitério do Pechincha, na Zona Oeste.
Em nota, a Polícia Civil disse que o caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Segundo a corporação, diligências estão em andamento para identificar os autores do crime.
Em entrevista coletiva nesta segunda-feira (30), o secretário de Segurança Pública, Victor Santos, fez um alerta sobre uso das armas de gel. "São brinquedos que estão sendo pintados para se parecerem com arma de fogo, a gente alertou o risco que esses adolescentes tem de utilizarem esses brinquedos porque alguém pode ver essa brincadeira e achar que é um grupo armado. O alerta que a gente faz é que tenha cuidado ao pintar essas armas e principalmente pelo uso delas nas vias públicas e obviamente gerar risco para quem está usando", disse.
Procurada pelo DIA, a Secretaria de Segurança Pública informou que não há proibição na comercialização de armas de brinquedo, como as de gel, que têm sido usadas em brincadeiras que estão viralizando nas redes sociais. Porém a pasta pede cautela no uso destes objetos, principalmente dos que se assemelham a simulacros.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.