Tavinho Paes: aos 79 anosReprodução / Facebook
Rio - O poeta e letrista Tavinho Paes, morreu aos 79 anos, na madrugada desta quinta-feira (31). Ele estava internado desde setembro no Hospital Casa Prontocor, na Tijuca, na Zona Norte. O escritor estava em coma depois de passar por duas cirurgias cardíacas.
Tavinho deu entrada no hospital em setembro devido a um infarto do miocárdio e precisou colocar cinco pontes de safena no coração. Por meio de nota, a unidade de saúde confirmou a morte do poeta e informou que ele faleceu "devido a complicações pós-operatórias de cirurgia cardíaca".
Nascido no Catumbi, na região central do Rio, e criado em Cascadura, na Zona Norte, Luiz Octávio Paes de Oliveira seguiu os passos do pai e cursou jornalismo na PUC-Rio nos anos 1970.
Em 1973, publicou seu primeiro livro de poemas, o "Tulipa Negra". Ao lado de nomes ilustres, como Torquato Mendonça, Demétrio de Oliveira Gomes, Divana, Soninha Toda Pura e Steve Quest, fez parte do grupo de poetas Poema Terror. Nos anos 1980, trabalhou como editor no jornal "O Pasquim".
Desde cedo, a música fez parte da vida de Tavinho, que acompanhava a avó em rodas de choro. Ele é o autor de sucessos como "Totalmente demais", com Arnaldo Brandão, "Rádio Blá", com Arnaldo Brandão e Lobão e "Sexy Iemanjá", com Pepeu Gomes. As canções de sua autoria foram eternizada na voz de grandes nomes da música brasileira, como Gal Costa, Marina Lima, Maria Bethânia, Leo Jaime, Xuxa e Tânia Alves.
O poeta deixa a mulher, Eliana Brito, uma filha, Diana Paes, e dois netos.
Redes sociais foram refúgio
Em seu perfil do Facebook, Tavinho compartilhou reflexões enquanto estava internado. Nas suas diversas publicações, o poeta se mostrava angustiado e, de certa forma, estressado com o período em que passou no hospital.
"Uma solidão marcada pelo tédio e uma condição emocional digna da tristeza profunda. As visitas são desejadas, mesmo quando não aparecem e você fica pensando nelas, depois que vão embora. Aflito, ando tropeçando na minha sombra, perdido e me virando dentro de uma cama desconfortável, olhando o teto, procurando um céu. Os números garantem boa saúde (pressão e glicose tinindo), mas o sangramento não para, o formigamento sobe pelas pernas e a saudade transborda. É preciso paciência, é preciso calmante", escreveu ele em 2 de outubro.
Quando passou pela primeira cirurgia, em setembro, o poeta falou sobre como foi a operação. "Iam ser três, viraram cinco safenas - a cirurgia demorou nove horas. Foram mais de 40 pontos fiados nas mãos de um 'artista' com menos de 40 anos de idade... confiei no garoto e nas poderosas 'unidades de fé e poder' atiçadas pelas pessoas do bem! Os cortes nas pernas ardem muito e, lá dentro do peito, algo latejando como uma chama fumegante são os sinais permitidos de que deu tudo certo", publicou Tavinho.
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