Audiência acontece no Tribunal de Justiça do Estado do Rio (TJRJ)Pedro Teixeira / Agência O Dia
Publicado 11/10/2024 07:53 | Atualizado 11/10/2024 14:59
Rio - A Justiça do Rio realiza nesta sexta-feira (11), a partir das 10h, a audiência de instrução e julgamento de três homens, incluindo um policial militar, pelo homicídio do contraventor Fernando Marcos Ferreira Ribeiro, em decorrência da disputa de áreas de exploração do jogo do bicho. A vítima foi executada a tiros na tarde do dia 6 de abril de 2023, na Tijuca, Zona Norte.
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Marcos Paulo Gonçalves Nunes, conhecido como Diretor, Vitor Luis de Souza Fernandes e o PM Allan dos Reis Matos são acusados de acompanhar os passos da vítima e repassar as informações para a execução. Investigações apontam que o crime tem ligação com a disputa de poder entre os contraventores Adilson Oliveira, o Adilsinho, e Bernardo Bello.

Segundo a denúncia do Ministério Público do Rio, Fernando era ligada ao bicheiro Bernardo Bello, que tinha controle sobre os pontos do jogo do bicho na região da Tijuca na época do crime. Enquanto os denunciados fazem parte da organização criminosa liderada por Adilsinho, que vem, juntamente com os contraventores Rogério de Andrade e Vinícius Drumond, tentando ampliar a sua dominação do jogo do bicho. Na divisão, para Adilsinho, segundo apurado, restaram os territórios que à época do fato pertenciam a Bernardo Bello.

Marcos Paulo e Vitor Luis foram presos em uma operação realizada em junho deste ano pela Delegacia de Homicídios, em razão da morte de Fernado Ribeiro. Enquanto Allan Matos já estava preso em razão de crimes anteriores.

Grupo agia de forma violenta

Segundo as investigações, Marcos Paulo - que é irmão do ex-tenente-coronel Claudio Luiz da Silva de Oliveira, denunciado pela morte da juíza Patrícia Acioli - é o segundo na hierarquia da organização criminosa investigada e é responsável pela gestão operacional, logística e financeira das máquinas caça-níqueis instaladas nas zonas Sul, Norte e no Centro do Rio. Junto com os outros dois presos, ele foi flagrado por câmeras de segurança monitorando Fernando Marcos no dia anterior ao crime.

As informações do monitoramento foram repassadas aos executores. Um deles é o PM Rafael do Nascimento Dutra, de 35 anos, conhecido como Sem Alma, apontado como chefe de uma quadrilha de matadores de aluguel.

De acordo com o MPRJ, investigações ressaltaram a forma violenta e agressiva como o grupo criminoso de Adilsinho agia para tomar pontos dominados por Bernardo Bello. A quadrilha foi responsável pela morte do miliciano Marco Antônio Figueiredo Martins, o Marquinho Catiri, apontado como braço armado de Bello, e seu segurança, Alexsandro José da Silva, o Sandrinho, em novembro de 2022. Além da tentativa de homicídio do contraventor Luiz Cabral Waddington Neto e do filho dele, Luiz Henrique de Souza Waddington, em 14 de abril de 2023, no Catumbi, Região Central.

Após duas investidas ao grupo de Bernardo Bello, Luiz Cabral liderou uma contraofensiva e atacou o Bar Parada Obrigatória, na esquina da Rua Souza Franco com o Boulevard 28 de Setembro, em Vila Isabel, na Zona Norte. O confronto ocorreu quando contraventores rivais trocavam máquinas caça-níqueis no local. Na ocasião, Marcos Paulo e Vitor Luis foram baleados. O estabelecimento pertence ao empresário Antônio Gaspazianni Chaves, 33, também morto a tiros. 

Durante o decorrer do inquérito, o confronto balístico realizado pela DHC apontou convergência entre as cápsulas de fuzil utilizadas e apreendidas na execução de Fernando Marcos e na tentativa de homicídio de Luiz Cabral. A especializada confirmou que a mesma arma foi usada nos dois crimes após análise dos componentes de munições apreendidos em outros homicídios, em especial o de Marquinho de Catiri e Sandrinho, bem como nas mortes do PM Diego dos Santos Santana, do policial penal Bruno Kilier da Conceição Fernandes, do policial civil João Joel de Araújo e na tentativa de homicídio de Luiz Henrique de Souza Waddington.
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