Tenente-coronel Cláudio Luiz da Silva de Oliveira foi condenado pelos crimes de homicídio qualificado e associação criminosaArquivo/Agência O Dia

Rio - A Justiça do Rio autorizou que o ex-tenente-coronel da Polícia Militar Cláudio Luiz de Oliveira, condenado a 34 anos e seis meses de prisão pelo assassinato da juíza Patrícia Acioli, cumpra o restante da pena em prisão domiciliar. O alvará de soltura foi expedido na segunda-feira (6) pelo juiz Marcel Laguna Duque Estrada. Cláudio Luiz estava em regime semiaberto desde maio deste ano e deixou o Presídio Constantino Cokotos, em Niterói, Região Metropolitana do Rio, na mesma data.
Vida da juíza Patricia Acioli é retratada em um documentário. - Reprodução
Vida da juíza Patricia Acioli é retratada em um documentário.Reprodução
Na decisão, a Justiça determinou que o ex-PM deverá utilizar tornozeleira eletrônica e não pode sair de casa entre 22h e 6h da manhã. O condenado também não poderá sair da residência nos dias em que não estiver trabalhando. No alvará de soltura, o juiz alegou que o ex-tenente "tem direito à progressão de regimes prevista em lei e que a prisão domiciliar tem benefício financeiro e logístico ao estado, contribuindo para a diminuição da superpopulação carcerária".
À época do crime, em 2011, o oficial era comandante do 7º BPM (São Gonçalo) e foi apontado como mandante do crime pela Polícia Civil. Ele responde pelos crimes de homicídio qualificado e associação criminosa. Até o momento, Cláudio Luiz cumpriu 37% da pena, faltando ainda 21 anos.
Logo após a concessão do regime semiaberto, o governador do Rio, Cláudio Castro, determinou, por meio de publicação no Diário Oficial, a demissão do ex-tenente-coronel.
O crime
A juíza Patrícia Acioli foi morta no dia 11 de agosto de 2011, quando chegava em sua casa, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, após sair do Fórum de São Gonçalo. Naquele dia, ela havia assinado os pedidos de prisão de dois policiais militares, que a seguiram e a executaram com 21 tiros. Eles integravam uma milícia que atuava no 7º BPM, acusada de ter forjado centenas de autos de resistência para encobrir execuções. Todos os 11 policiais denunciados foram condenados pela Justiça.