Claudete Conceição (de preto), mãe de Carlos Eduardo, é amparada no Cemitério Municipal de JaperiManuela Carvalho/Agência O Dia
Claudete Conceição, mãe de Carlos Eduardo, ainda em choque, disse que no momento em que o filho caiu ela não conseguiu entender o que estava acontecendo. "Eu estava saindo do mercado, tinha acabado de pagar as compras e ouvi os disparos. Ele morreu na calçadinha. Eu entrei em pânico, não acreditei, comecei a gritar. Ele caiu de repente, de barriga para baixo. Ele gritou sentindo a dor dos tiros. Eu pensava que era um tiro só, mas foram dois. O projétil passou por trás das minhas costas. É muita dor nessa hora, perder um filho da forma trágica que aconteceu", desabafou.
Familiares e amigos estiveram presentes no cemitério para dar o último adeus. Abalados com o ocorrido, eles descreveram Carlos Eduardo como um menino alegre, brincalhão e obediente. O pai da vítima, Kleiton de Moura, passou mal durante o velório e precisou ser socorrido por uma ambulância. Claudete e os dois irmãos de Carlos Eduardo, uma de 17 anos e outro de 13, também choravam muito pela perda.
"Só quero que a pessoa que fez isso, que fez o disparo, apodreça na cadeia. Por favor, não deixem esse caso impune. Meus irmãos estão ali, passando mal, tem três dentro da ambulância! Não aguentam ver a cena, um menino de cinco anos deitado em um leito", desabafou Jefferson de Moura, tio da criança.
O menino estudava na Escola Municipal Darcílio Ayres Raunheitti. No local, ele recebia um apelido dos funcionários: menino sorriso. "Ele era muito brincalhão, sorridente o tempo todo, a gente chama ele de sorriso. Ele ia direto na cantina e falava: "tia, me dá uma banana, me dá umas frutas". Isso tudo é uma coisa que a gente não aceita. Vamos ver como vai ser na segunda-feira, saber que ele não vai [para a escola], não vai estar lá. Dói muito", conta Maria de Lourdes, merendeira da unidade.
O caso
A criança deu entrada no Hospital Municipal de Japeri por volta das 10h40. Por meio de nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que o menino chegou em estado grave, em parada cardiorrespiratória, e foi levado para a sala vermelha, onde foram iniciadas as manobras de ressuscitação.
"A equipe formada por dois pediatras, um clínico da rotina e um especialista em ortopedia e traumatologia (diretor do hospital), além dos técnicos de enfermagem da sala vermelha e uma fisioterapeuta participaram do atendimento. No entanto, infelizmente, a criança evolui para óbito às 11h20", informou a secretaria.
A criança estudava na Escola Municipal Darcílio Ayres Raunheitti. Em comunicado, a Prefeitura de Japeri informou que, assim como as secretarias municipais de Saúde e Educação, está " consternada com a tragédia ocorrida e se solidariza com a família e amigos".
O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF).
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