Rio - O Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio reabre ao público no próximo domingo (1º) após mais de seis meses fechado para uma ampla reforma. O retorno é marcado pela exposição 'Uma História da Arte Brasileira', que apresenta 65 obras do acervo do museu, entre pinturas, esculturas e fotografias, abrangendo um período desde a década de 1920. A mostra traz artes do modernismo, concretismo e as elaboradas a partir dos anos 1960, engajadas em denúncias da ditadura militar.
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O MAM foi palco, na semana passada, da cúpula do G20, recebendo líderes das maiores economias do mundo. O seleto grupo de diplomatas e chefes de governo e de Estado que participaram do fórum foram os primeiros a visitar a nova mostra.
A diretora do museu, Yole Mendonça, destacou a importância de o museu ter sediado um evento de relevância global como a cúpula do G20. "Trouxe a atenção do mundo todo para o Rio e para o Museu de Arte Moderna, e na qual tivemos a presença de mais de 50 líderes mundiais, representantes das maiores economias do mundo. Isso foi muito importante para o museu. Essa reforma nos beneficiou no sentido de que agora temos um Museu de Arte Moderna totalmente restaurado”, afirmou em entrevista ao DIA.
Sobre a exposição que marcará a reabertura do espaço, Yole destacou o caráter abrangente e reflexivo da mostra. "Percorre a arte moderna e contemporânea brasileira ao longo dos séculos 20 e 21 e traz os maiores nomes da nossa arte sob várias formas. Com ela, queremos contar um pouco da história, riqueza e diversidade da cultura brasileira. Ela passa por vários momentos históricos e levanta questões sobre a nossa diversidade e momentos políticos marcantes da nossa história. É uma exposição que, como o próprio título diz, é uma história da nossa arte brasileira, uma história do Brasil que pode ser contada através da arte", ressaltou.
As obras de reforma, feitas pela Prefeitura do Rio, tiveram um custo de R$ 32 milhões e incluíram melhorias significativas. Fachadas, áreas internas e elevadores foram modernizados, enquanto o exterior ganhou nova iluminação, 70 câmeras de segurança adicionais e a revitalização do Jardim de Ondas (ou Jardins Copacabana), que agora exibe o traçado original desenhado em 1958.
Entre as intervenções realizadas, destacam-se a limpeza dos cobogós, a regularização das muretas da laje — agora com pedras de granito restauradas —, a impermeabilização de pisos e jardineiras, a modernização da infraestrutura elétrica e reformas em pisos, paredes e tetos internos. A antiga sala de depósito de filmes no Bloco Escola foi completamente restaurada, assim como o emblemático chafariz à frente do museu.
A reinauguração também celebra os jardins de Burle Marx, que foram restaurados. Os visitantes terão a oportunidade de participar de visitas mediadas tanto aos jardins quanto ao complexo arquitetônico do MAM, que inclui o Bloco de Exposições e o Bloco Escola, este último recuperado após permanecer fechado desde a década de 1970.
O MAM é considerado um dos mais icônicos espaços culturais do Brasil. Inaugurado em 1958, o local foi projetado pelo arquiteto Affonso Eduardo Reidy, com jardins assinados por Roberto Burle Marx, em um projeto que une modernismo arquitetônico e paisagístico.
Localizado no Aterro do Flamengo, o museu foi concebido como um centro dedicado à arte contemporânea, desempenhando papel central na promoção de artistas brasileiros e internacionais. Ao longo das décadas, abrigou exposições memoráveis, debates culturais e contribuiu significativamente para a formação de novas gerações de artistas e público.
Apesar de sua relevância, o MAM enfrentou desafios marcantes em sua história. Em 1978, um incêndio devastador destruiu boa parte de seu acervo, incluindo cerca de 90% das obras pertencentes ao colecionador e patrono Gilberto Chateaubriand. O episódio gerou comoção e mobilizou esforços para a reconstrução do espaço e reposição de parte das obras.
Nos anos seguintes, o museu também enfrentou dificuldades financeiras e estruturais, o que levou a períodos de deterioração. No entanto, iniciativas de revitalização, como a recente reforma de R$ 32 milhões, têm resgatado sua importância como um polo cultural.
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