A vítima aguardava para entregar o pedido quando foi surpreendida pelo bandidoReprodução

Rio - Uma entregadora de 29 anos teve a moto roubada após um bandido se passar por um cliente de uma choperia em Campo Grande, na Zona Oeste. Ao DIA, a vítima explicou que foi entregar o pedido no valor de R$ 106 quando, ao ligar para avisar que tinha chegado no endereço combinado, acabou surpreendida pelo criminoso.

Imagens de câmeras de segurança da região registraram o caso, que aconteceu na última quarta-feira (7). Na ocasião, o pedido tinha sido feito por um aplicativo para o estabelecimento localizado na Rua Aricuri e a entrega era para ser realizada na Rua Campo Grande. 

"Quando cheguei no local, eu liguei para o número que estava na nota. Ele me atendeu, aí eu falei: 'Boa noite, aqui é que a menina da entrega, estou com o seu pedido no local. Estou buzinando e ninguém está me atendendo'. Ele falou que estava vindo, e eu disse obrigada, mas quando desliguei o telefone, ele saiu de uma barraquinha que estava próximo a mim. Ele esperou eu ligar e quando eu desliguei, apontou a arma na minha direção anunciando o assalto e falando: 'Desliga a moto que tu perdeu'", contou a vítima.

A entregadora, que preferiu não se identificar por medo, revelou que o bandido a ameaçou a todo momento. "Ele veio correndo na minha direção, mandou eu descer da moto olhando pro chão e ficou falando para eu não olhar para cara dele, que se não eu ia tomar bala e levou tudo que eu estava ali, minha chave, meu documento, minha bag, o lanche, a moto, o meu telefone. Só me deixou com o capacete e a roupa do corpo", completou.

Para voltar para casa, ela ainda teve que pedir ajuda. Em seguida, a jovem disse que registrou o caso na delegacia. "Do lado da minha mãe e da minha amiga, eu fui registrar a ocorrência. Na nota está o número do ladrão, né? Do assaltante. Eu falei lá: 'Pô, podia rastrear, talvez dê tempo de achar'. Mas a gente sabe que a justiça é lenta. Então, no dia seguinte eu fui com essa minha amiga no local do ocorrido e comecei a procurar na vizinhança do local se tinha alguma câmera que pudesse ter pego algo e uma moça me cedeu as imagens".

Moto era ferramenta de trabalho

Angustiada e sem saber o que fazer, a entregadora reforçou que o veículo é sua única ferramenta de trabalho. "É o meu ganha pão de cada dia. Estou muito abalada com isso, estou estou aí aguardando resposta pra ver se eu consigo minha moto de volta. Me deu crise de ansiedade, estou com os pés e as mãos atadas. Não consigo dormir porque eu não paro de pensar na imagem dele vindo correndo na minha direção. Eu nunca tinha sido assaltada antes, e também não estou tendo apoio de ninguém", lamentou.

A vítima trabalhava como entregadora desde fevereiro do ano passado e estava na choperia há sete meses. "Lá não tinha carteira assinada, nem nada disso, mas eu era motoboy fixa do local. Eu trabalhava de 18h a 00h, todos os dias, só tinha folga na segunda. Era o único meio assim de renda que eu tinha. O trabalho está muito difícil, a gente distribui currículo, mas não consegue, E aí o único ganha pão que eu tinha foi levado de mim. Fora que eu não tive apoio nenhum, nem da loja que eu trabalho, sabe? Nenhum, nenhum. Que tudo bem que não era carteira assinada, mas faltou empatia", concluiu.

A ocorrência foi registrada na 35ª DP (Campo Grande). Segundo a Polícia Civil, agentes analisam imagens de câmeras de segurança e realizam outras diligências para apurar a autoria do crime.