Corpo do coreógrafo Fabio de Mello foi velado no Cemitério do CatumbiGabriel Salotti / Agência O Dia
Ricardo também falou sobre os últimos anos do irmão e a luta contra a doença. "Ele escolheu Nova Friburgo para morar e acabou sendo acometido pela síndrome, que foi o debilitando, e com todo o apoio que a rede tentou fornecer, mesmo assim, não foi o suficiente para garantir uma sobrevida maior, como todos nós desejaríamos".
O irmão se emocionou ao enumerar as qualidades do artista. "O Fabinho, que para mim, muito antes de vir o Fabio, veio o meu irmão, que eu conheço desde que nasci, sempre foi muito carinhoso e amoroso. De frases, gestos, presentes. Uma pessoa que sempre se fez muito presente, com muita vida. Esse momento é muito complicado para a gente porque vimos como se fosse a chama de uma vela se apagando, e a gente sem condição de fazê-la continuar acesa".
"Vimos uma pessoa com um brilho intenso chegar em um ponto de vida que ele estava triste. Isso foi muito complicado para nós, da família, exatamente porque conhecemos a personalidade dele, com afeto. Ele tem vários afilhados. As crianças gostavam muito de Fabio de Mello. Eu tenho três filhos, três sobrinhos dele, só veio o mais velho porque o laço era muito forte com ele, pegou no colo. Foi o que ele mais teve contato, porque depois o Fabio foi para Friburgo. Uma pessoa gigante", completou Ricardo.
Por fim, ele se mostrou surpreso com a grande comoção. "A gente recebeu mensagens de todo o meio artístico, cultural e carnavalesco. Nessa hora, temos um retorno da dimensão exata. Para nós, era um grande artista que às vezes, víamos muito além do nosso tempo, com ideias de vanguarda. Tanto é que algumas escolas de samba e comissões de frente, quando são contemplados, fazem menção a ele, antes mesmo de ter acontecido a passagem dele. Nesse ponto, a gente fala: 'É um cara que deixou essa marca'. A família pretende levar essa tradição adiante, nunca deixando a chama se apagar."
Depois da vitoriosa passagem pela Imperatriz, onde fez uma parceria imbatível com a carnavalesca Rosa Magalhães, o artista atuou, ainda, na Mocidade Independente, Viradouro e Beija-Flor. Após deixar o universo do Carnaval, enfrentou um grande período de depressão.
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