Familiares prestaram homenagem a Moise em frente ao quiosque Tropicália, na época do crimeArquivo / Agência O Dia
Caso Moïse: acusados de espancar congolês até a morte serão julgados na próxima quinta
Fábio Pirineus da Silva, conhecido como 'Belo', e Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o 'Dezenove', responde por homicídio doloso triplamente qualificado
Rio - Fábio Pirineus da Silva, conhecido como 'Belo', e Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o 'Dezenove', acusados de espancar até a morte o congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, começarão a ser julgados pelo Tribunal do Júri na próxima quinta-feira (13). O crime aconteceu em janeiro de 2022, em um quiosque localizado na altura do posto 8 da Praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste.
Os dois respondem por homicídio doloso triplamente qualificado, com motivo fútil, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima. Ambos tiveram a prisão decretada nove dias após o assassinato. Segundo a denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ), 'Belo' agrediu o jovem com um pedaço de madeira. Já 'Dezenove' deu continuidade às agressões.
Moïse, que entrou no Brasil como refugiado, em 2011, teve as mãos e os pés amarrados e foi espancado com um porrete de madeira até a morte. O MPRJ informou na denúncia que as agressões aconteceram com requintes de crueldade, “como se fosse um animal peçonhento” e que os denunciados “com vontade livre e consciente de matar, em comunhão de desígnios entre si, agrediram a integridade corporal”, do jovem.
O terceiro acusado, Brendon Alexander Luz da Silva, conhecido como 'Tota', não será julgado na sessão. A defesa do réu recorreu da sentença de pronúncia e o seu nome foi desmembrado do processo originário. O pedido da defesa está em tramitação no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele é réu pelos mesmos crimes dos outros dois homens e, de acordo com a denúncia, foi o responsável por imobilizar o congolês no chão.
O motivo do ataque contra o jovem, conforme investigação da Polícia Civil, foi um desentendimento após Moïse cobrar valores de duas diárias de trabalho no quiosque. Já o trio alegou na época que o ataque teria começado após o congolês, supostamente embriagado, tentar pegar uma cerveja da geladeira do Tropicália, quiosque de onde havia sido dispensado cinco dias antes, depois de beber durante o serviço.
Segundo o MPRJ, a vítima trabalhou no quiosque como freelancer e, antes de ser espancado, teria discutido com outro funcionário do local. Moïse foi agredido com golpes desferidos com um taco de beisebol, socos, chutes e tapas.
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