Maurício Demétrio está preso desde junho de 2021: ainda responde por abuso de autoridade, denunciação caluniosa e fraude processual Reginaldo Pimenta

Rio - O ex-delegado Maurício Demétrio foi indiciado pela Corregedoria da Polícia Civil pelo crime de lavagem de dinheiro. Preso desde junho de 2021, o delegado é apontado como chefe de um esquema que cobrava propina em Petrópolis, na Região Serrana, para permitir a venda de produtos falsificados na Rua Teresa - ele foi investigado pela compra de computador de R$ 19,3 mil.

Segundo o inquérito enviado ao Ministério Público, foram encontradas provas que confirmam a aquisição à vista do equipamento, apreendido em sua casa. A investigação também apontou que Demétrio tentou ocultar a compra e a origem dos recursos usados no pagamentos. 

Para isso, o ex-delegado teria pedido os dados de um integrante da sua equipe na corporação para usar na emissão da nota fiscal do produto. As informações foram solicitadas através de um sistema da própria Polícia Civil. O agente em questão negou a participação na compra ou ter repassado os dados. Demétrio foi exonerado do quadro da Polícia Civil em dezembro do ano passado, em decreto assinado pelo governador Cláudio Castro.
Demétrio era delegado titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM). A ação do MP apurava esquema que cobrava propina dos comerciantes para permitir a venda de produtos falsificados. As investigações começaram em 2019, após um dos lojistas ter se recusado a pagar o R$ 250 por semana para não ser alvo de ações policiais. 
Demétrio também foi acusado de cobrar para atrapalhar as investigações da própria corporação. A mando dele foram elaborados dossiês com dados sigilosos e duas falsas operações policiais. 
O ex-delegado está preso na Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira (Bangu 8), no Complexo de Gericinó, na Zona Oeste. Ele foi condenado a 9 anos e 7 meses de prisão em regime fechado por obstrução de Justiça. Além disso, ele também responde por processos por abuso de autoridade, discriminação, injúria racial, denunciação caluniosa e fraude processual.