Breve chuva não foi suficiente para encher trecho do Rio Joana que cruza a Quinta da Boa VistaReginaldo Pimenta/Agência O Dia
Nesta quarta-feira (12), a reportagem voltou ao local para ver se, após a breve chuva de terça-feira (11), houve alguma mudança no panorama do parque. Alguns poucos pássaros foram vistos, no entanto, o cenário segue com a vegetação quase totalmente queimada, e o trecho do Rio Joana completamente sem água, em uma imagem que mais lembra o sertão brasileiro.
"Está chovendo pouco. Houve a limpeza do valão, mas não tem chovido e não está enchendo adequadamente. Já tem mais de 30 dias assim", comentou o administrar, que faz caminhadas diariamente no parque. "O rio seca de vez em quando, fizeram até uma dragagem, e como não tem chovido, aproveitaram e limparam. Choveu essa madrugada, mas não foi suficiente para encher o rio", apontou o aposentado.
O professor de educação física e ex-atleta Avelino, de 58 anos, contou que frequenta a Quinta desde a década de 1980 e lamentou a poluição no local. "Meu treinador trazia a gente para treinar aqui e era uma maravilha, hoje você vê que está tudo poluído (…) A gente tem um parque maravilhoso como a Quinta da Boa Vista, que deveria ter mais pessoas frequentando. O Brasil é um país maravilhoso, só falta o capricho com a natureza", desabafou.
A aposentada Eunice Corrêa de Aguiar Mendes, 73, e o filho, o analista de sistemas Carlos Henrique Mendes, 44, se disseram assustados com a seca do rio. "Quando a gente passou aqui, eu tomei um baque, porque os rios aqui sempre foram cheios. Realmente foi um baque quando eu vi, porque, geralmente, está cheio e agora seco dessa forma", disse o homem. "Eu tinha acabado de perguntar para ele se o 'laguinho' secou, porque ali tinham os patinhos, meus netos pescavam ali de brincadeira", lamentou a idosa.
Dados do Sistema Alerta Rio apontaram fevereiro como o mês mais seco dos últimos 28 anos. O Rio Joana faz parte de uma bacia que abrange os bairros de Andaraí, Tijuca, Vila Isabel e Maracanã, na Zona Norte, sendo um dos afluentes do Canal do Mangue, e deságua na Baía de Guanabara. Por conta da dimensão reduzida, a bacia responde rapidamente às variações meteorológicas, ficando cheio quando chove muito e seco, quando há pouca chuva.
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