Dona Marlucia Pereira se despede da filha Erica durante velório nesta quarta (19) em Ricardo de AlbuquerqueRenan Areias
Jovem que morreu após ser espancada na Vila Aliança é enterrada na Zona Norte
Amigos e parentes levaram camisas e cartazes pedindo a prisão de Yuri Neves, marido da vítima e suspeito do crime
Rio – A jovem Erica Pereira, de 22 anos, vítima de um espancamento dentro de casa, na Vila Aliança, em Bangu, Zona Oeste do Rio, foi enterrada na tarde desta quarta-feira (19), no Cemitério de Ricardo de Albuquerque, na Zona Norte. Segundo a Polícia Civil, as investigações confirmaram que Yuri Neves, marido da vítima que segue foragido, foi o autor do ataque no último dia 10 – ela chegou a ficar internada cinco dias, mas não resistiu e morreu na sexta (14).
Dezenas de amigos e familiares compareceram ao velório e sepultamento, muitos deles com camisas e cartazes com pedidos de justiça por Erica. Uma das mais inconformadas era Marlucia Pereira, mãe da jovem - que deixa um filho de 4 anos, que inclusive, testemunhou as agressões do pai contra a mãe.
Dona Marlucia conversou com a reportagem de O DIA e manifestou o desejo de ver Yuri detido: "Eu só vou ficar em paz mesmo quando ele pagar pelo que fez com minha filha. O que ele fez não tem perdão, a minha filha não merecia isso. E ainda fez na frente do filho, um garotinho de 4 anos assistindo a tudo isso. Ele foi um monstro. Não só acabou com a vida da minha filha, mas a da família toda e, principalmente, a do filho. Como fica a cabecinha dessa criança agora? Eu vou ter que acompanhar ele".
Ela ainda relatou que o espancamento que resultou na morte de Erica não foi o primeiro episódio de violência de Yuri contra a vítima: "Ele já tinha agredido ela várias vezes. E ela tentava se defender".
Doação de órgãos
Dona Marlucia lembrou da filha com carinho: "Maravilhosa! Boa de coração, brincalhona, divertida, trabalhadora. Estava feliz com o novo trabalho dela. Comentou comigo que ia poder dar tudo que o filho precisava. Porque o pai não dava nada".
A mãe da jovem contou também que a filha teve morte cerebral, o que a motivou a optar pela doação dos órgãos: "Estão perfeitos, e resolvemos doar para salvar outras vidas. Deus está no controle".
O delegado Alexandre Netto, titular da 34ª DP (Bangu), que investiga o caso e tenta localizar Yuri, disse à reportagem que solicitou a prisão do homem. Já o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), por meio da assessoria de comunicação, respondeu que o processo está em fase de inquérito e tramita em segredo de Justiça, o que impede o acesso a informações.
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