Operação Policia Civil e Ministério Público para prender Rogério Andrade, acusado de mandar matar Fernando Inácio, nesta terça-feira (29).Reginaldo Pimenta

Rio - O Ministério Público do Rio (MPRJ) e a Polícia Civil do Rio assinam, nesta quinta-feira (20), um acordo de cooperação para intensificar o uso do confisco alargado de bens nas investigações, a partir de nova metodologia contra o crime organizado.
O confisco alargado foi introduzido no Brasil pelo Pacote Anticrime, instituído em 2019. Sua adoção permite à Justiça confiscar bens de investigados cuja origem se revele incompatível com seus rendimentos lícitos. Diferentemente do confisco tradicional, que exige a comprovação direta da relação entre um bem e um crime específico, essa metodologia amplia o alcance da persecução patrimonial, atingindo recursos incongruentes acumulados ao longo do tempo.
Com isso, o instrumento permite rastrear, bloquear e recuperar patrimônios ilícitos, fortalecendo a investigação patrimonial e o combate ao crime organizado e à corrupção. A assinatura reunirá integrantes das principais unidades de inteligência financeira e combate ao crime organizado do estado.
Um dos alvos da Justiça que teve bens apreendidos através dessa metodologia foi o bicheiro Rogério Andrade. Por meio do confisco alargado, as autoridades já apreenderam cerca de R$ 42 milhões do patrimônio do contraventor, sendo que parte dos bens, como carros e lanchas, já foram leiloados. O dinheiro está em uma conta para aguardar o fim do processo e pode ser devolvido aos cofres públicos.
Rogério Andrade está preso no Presídio Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, há mais de quatro meses. Ele é apontado como o mandante da morte de Fernando Iggnácio, em 2020. A vítima e o denunciado são, respectivamente, genro e sobrinho de Castor de Andrade, um dos maiores chefes do jogo do bicho no Rio, que morreu em 1997, e disputavam os pontos do jogo do bicho.