Payet teria exigido vídeos nos quais Larissa se humilhasse como forma de 'provar' seus sentimentosArquivo pessoal

Rio - O jogador francês Dimitri Payet, do Vasco, negou as acusações de violência física e psicológica feitas pela advogada catarinense Larissa Natalya Ferrari, de 28 anos. Em depoimento à Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá, na Zona Oeste, o atleta confirmou o envolvimento extraconjugal, mas afirmou que a relação era consensual.
Payet se apresentou à delegacia no dia 16 de abril, acompanhado da advogada, após ser intimado. No depoimento, o jogador disse que conheceu Larissa em agosto de 2024 por meio das redes sociais. Segundo o atleta, as práticas sexuais, incluindo o uso de objetos como coleiras, cordas e chicotes, eram propostas pela advogada, que nunca mencionou qualquer desconforto ou transtorno.
De acordo com Payet, Larissa solicitava tapas durante as relações, o que, segundo ele, explicaria as marcas no corpo da advogada.
O jogador, que é casado com uma francesa e tem quatro filhos, relatou ainda que, ao comentar com Larissa sobre a possibilidade de retornar à França ao fim de seu contrato com o Vasco, no meio deste ano, a advogada sugeriu que os dois mantivessem o relacionamento na Europa, com a condição de que ele arcasse com todas as despesas dela. 
O jogador disse que recusou a proposta, o que teria causado uma mudança no comportamento de Larissa, levando ao fim do relacionamento. 
Payet disse que, no seu aniversário, Larissa lhe ligou, mas, ao recusar o contato, recebeu uma mensagem da advogada dizendo que, se ele não entrasse em contato em quatro horas, ela exporia seus 'segredos'. Segundo Payet, pouco depois, foi surpreendido pelos registros de ocorrência feitos por Larissa.
Entenda o caso
Segundo a denúncia, o atleta teria praticado intimidações e manipulações emocionais durante o relacionamento extraconjugal com a vítima.
Os encontros presenciais começaram em setembro, e, de acordo com a vítima, o vínculo evoluiu para conversas diárias. Foi em dezembro que, segundo ela, os episódios de violência psicológica começaram.
"Ele começou a me convencer que eu só podia confiar nele, que era só nele que eu podia acreditar, que as pessoas em volta não eram confiáveis. Que eu tinha decepcionado ele porque disse para pessoas próximas que estava com ele. Então, ele começou a usar o termo 'punição'. Ele começou a me dar mais tapas fortes, antes mesmo da relação sexual, pisar no meu rosto, nas pernas, se tornou mais agressivo a partir desse momento", afirmou Larissa.
Em janeiro deste ano, Payet teria tido uma crise de ciúme e passou a exigir vídeos nos quais Larissa se humilhasse como forma de "provar" seus sentimentos.
O caso foi registrado em março na Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de Jacarepaguá, no Rio, como violência psicológica. Posteriormente, a vítima também procurou uma delegacia no Paraná, onde o caso foi classificado como ameaça e violência doméstica e familiar. Foi lá que Larissa solicitou uma medida protetiva contra o jogador. De acordo com os registros, os episódios de agressão teriam ocorrido entre os dias 28 de janeiro e 9 de março.