Danny Rocha, como era conhecida, era cozinheira e ativistaReprodução/Redes sociais
Nas redes sociais, a deputada estadual, Danieli Balbi (PCdoB), primeira mulher trans eleita para o cargo no estado, comentou o caso. "Segundo relatos e imagens divulgadas pela polícia, ela entrou em casa acompanhada de um homem que, horas depois, saiu sozinho. Depois disso, Danny foi encontrada morta. É inaceitável. É revoltante. E é urgente! Queremos saber quem é. Queremos investigação séria", disse.
A parlamentar reforçou ainda um pedido de Justiça. "A cada mulher trans ou travesti assassinada, é o Estado que falha. É a sociedade que se cala. E nós que gritamos: isso não pode continuar. Que Danny descanse em paz. Que o nosso luto se transforme em justiça", afirmou.
De acordo com a Polícia Civil, agentes analisam imagens das câmeras de segurança e realizam outras diligências para esclarecer as circunstâncias da morte.
Quem era Danielly?
Danny, como era conhecida, trabalhava como cozinheira no Surubar e na CasaNem, um centro de acolhimento para pessoas LGBTQIA+ em situação de vulnerabilidade social, na capital fluminense. A ativista se formou no curso de Formação Básica em Cozinha, em 2023, da ONG Gastromotiva.
A instituição publicou uma nota em homenagem a Danny. "Ela era uma mulher trans, sonhadora e uma profissional incansável que acreditava na cozinha como ferramenta de transformação — como nós acreditamos. Sua partida brutal escancara, mais uma vez, a violência que insiste em ceifar vidas trans no Brasil. Nos solidarizamos com familiares e todes que sentem essa perda irreparável. Danny, sua luta não será esquecida”, disse.
O Instituto Marielle Franco também se pronunciou e demonstrou revolta com o assassinato. "A violência que tirou a vida de Danny não é um caso isolado, mas parte de um sistema que oprime, desumaniza e apaga corpos trans diariamente. Não podemos aceitar que essas vidas sejam tratadas como descartáveis. Este caso é mais um exemplo do quanto é urgente enfrentarmos a violência contra pessoas trans com seriedade e compromisso. Cada transfeminicídio é uma denúncia contra o Estado, que segue omisso diante dessa realidade", afirmou.
A organização pediu ainda mais rigor nas investigações. "Exigimos justiça! Que as autoridades apurem esse crime com a máxima transparência e celeridade. Não descansaremos enquanto os responsáveis não forem punidos”".
Quem também se manifestou sobre o caso foi a vereadora de Niterói, Benny Birolli (Psol), que descreveu a vítima como ativista e referência de acolhimento e resistência na Lapa.
"As imagens são claras: Danny entrou com um homem. Horas depois, ele saiu sozinho. Depois disso, Danny foi encontrada morta. Queremos saber quem é esse homem. Queremos investigação séria, comprometida, queremos justiça. Gritamos por Danny, por todas que vieram antes, e pelas que lutam hoje para sobreviver. Isso não pode continuar. Danny Rocha presente, agora e sempre", relatou.
Não há informações sobre o local e horário do enterro.



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