Caso é investigado pela Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV)Divulgação

Rio - Responsáveis por pelo menos mais três crianças procuraram a Polícia Civil para denunciar o motorista de transporte escolar investigado por assédio sexual. São, ao todo, nove acusações contra o homem. O caso foi transferido da 26ª DP (Todos os Santos) para a Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV).
Os relatos dos alunos, com idade entre 8 e 11 anos, apresentam semelhanças. Segundo as denúncias, o motorista os obrigava a assistir a vídeos pornográficos e incentivava a troca de beijos e carícias durante o trajeto.

Uma mãe, integrante de um grupo de responsáveis, informou que somente em seu círculo há nove pais com relatos semelhantes. Ela acrescentou que outros responsáveis de diferentes escolas, incluindo unidades no Méier, na Zona Norte, e em Botafogo, Zona Sul, ainda podem buscar a Polícia Civil após a repercussão do caso.

O motorista entregou o telefone celular aos investigadores, que agora aguardam a autorização da Justiça do Rio para analisar o conteúdo do aparelho. Enquanto isso, pais e mães se dizem apreensivos diante de uma possível fuga do investigado.
Nesta quarta-feira (7), o DIA apurou que os pais que utilizavam o serviço do motorista denunciado já o cancelaram.
O caso 
Um motorista de transporte escolar que atendia, pelo menos, três escolas particulares no Méier, foi denunciado por assédio sexual e propagação de conteúdo pornográfico para menores de idade.
De acordo com os depoimentos das crianças, ouvidas na última segunda-feira (5) na 26ª DP, o motorista teria cometido os atos dentro da van escolar. Em depoimento, uma menina de 10 anos disse aos investigadores que o motorista a questionou sobre beijar na boca e, diante da negativa, teria dito: "Você não sabe o que está perdendo. Na curva você senta no colo do seu amiguinho". Outra criança relatou ter sido convidada para ir à casa dele beber água gelada, mas recusou. Além disso, as meninas afirmam que eram forçadas a assistir vídeos pornográficos no celular do motorista.

A mãe de uma das alunas afirmou ao DIA que soube dos abusos na sexta-feira (1º) por meio da mãe de uma colega. "A mãe dessa criança me ligou. A menina contou que a minha filha havia dito que o ele a obrigou a assistir vídeos pornográficos no celular dela. Minha filha começou a chorar quando eu fui conversar com ela. Ela dizia que tinha medo de eu brigar, dizia que beijou na boca da amiguinha porque o 'tio' mandou e que, se alguém soubesse, iam brigar com ela", desabafou a mãe.