Rio - O estado do Rio de Janeiro registrou a quarta morte por Febre do Oropouche. A vítima é uma mulher de 38 anos, moradora de Nilópolis, na Baixada Fluminense, que morreu no início de maio após frequentar um parque da cidade e ser hospitalizada.
A informação foi confirmada nesta quarta-feira (4) pela Secretaria Estadual de Saúde (SES-RJ), após diagnóstico do Laboratório Central de Saúde Pública Noel Nutels (Lacen-RJ) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Além de Nilópolis, outros três óbitos foram registrados nos municípios de Cachoeiras de Macacu, Paraty e Macaé. Apesar das mortes, a SES-RJ informa que os casos ocorreram em regiões distintas e são considerados isolados.
A secretaria garantiu que segue monitorando a situação epidemiológica, prestando apoio técnico aos municípios e reforçando medidas de prevenção. Claudia Mello, secretária de Estado de Saúde, destacou que os protocolos de vigilância têm sido continuamente atualizados. "Desde que o vírus entrou em nosso estado, no ano passado, temos trabalhado no aperfeiçoamento de nossas rotinas e na assistência oferecida aos pacientes. A SES-RJ monitora semanalmente o avanço da Oropouche e temos feito capacitações com os municípios com o objetivo de evitar a proliferação da doença", afirmou.
com predominância na cidade de Piraí.
Em 2025, até 15 de maio, foram registrados 1.484 casos confirmados da doença. As cidades que concentram mais notificações são: Cachoeiras de Macacu (649), Macaé (513), Angra dos Reis (253) e Guapimirim (164). Publicidade
Entenda a doença e os sintomas
A transmissão do Oropouche é feita principalmente pelo inseto Culicoides paraensis (mais popularmente conhecido como maruim ou mosquito-pólvora). Depois de picar uma pessoa ou animal infectado, o vírus permanece no inseto por alguns dias. Quando o inseto pica uma pessoa saudável, pode transmitir o vírus.
Existem dois tipos de ciclos de transmissão da doença: no ciclo silvestre, bichos-preguiça e primatas não-humanos (e possivelmente aves silvestres e roedores) atuam como hospedeiros. Há registros de isolamento do vírus em outras espécies de insetos, como Coquillettidia venezuelensis e Aedes serratus.
Já no ciclo urbano, os humanos são os principais hospedeiros. Nesse cenário, além do inseto Culicoides paraenses, o mosquito Culex quinquefasciatus, popularmente conhecido como pernilongo e comumente encontrado em ambientes urbanos, também pode transmitir o vírus.
Os sintomas da Febre do Oropouche são parecidos com os da dengue. O período de incubação dura entre quatro e oito dias. O início geralmente é marcado por febre, dor de cabeça, dor nas articulações, dor muscular, calafrios e, às vezes, náuseas e vômitos persistentes por até cinco a sete dias. Na maioria dos casos, o paciente se recupera em uma semana. Porém, a doença pode se agravar em grupos de risco, entre crianças e idosos a partir de 60 anos.
"A Febre do Oropouche é nova no nosso estado e requer atenção redobrada. O maruim é bem pequeno e corriqueiro em locais silvestres e áreas de mata. Por isso, a recomendação é usar roupas que cubram a maior parte do corpo, passar repelente nas áreas expostas da pele, limpar terrenos e locais de criação de animais, recolher folhas e frutos que caem no solo, e instalar telas de malha fina em portas e janelas", explica o subsecretário de Vigilância e Atenção Primária à Saúde do estado do Rio, Mário Sergio Ribeiro
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