Megaoperação no Complexo de Israel terminou com 20 presosReginaldo Pimenta / Agência O Dia

Rio - O militar Luan Lucas França do Nascimento, lotado no Batalhão de Guarda do Exército Brasileiro, está entre os 20 presos na megaoperação no Complexo de Israel, Zona Norte, realizada nesta terça-feira (10). Ele foi localizado e capturado na comunidade Parada de Lucas. Segundo o delegado Moysés Santana, titular da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), a ligação de Luan com o Terceiro Comando Puro (TCP) e Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, foi comprovada durante as investigações da Polícia Civil.
"A atuação dele foi comprovada durante a investigação de mais de sete meses. Foi detectado que ele era um militar do Exército e que também não se apresentou hoje (terça) no quartel. Durante a operação certamente ele se evadiu, mas foi encontrado e capturado. Não há qualquer dúvida da atuação direta dele na facção criminosa", disse Moysés Santana, em coletiva de imprensa. 
Ainda de acordo com os investigadores, Luan estava no grupo de criminosos que viviam no anonimato e, por isso, praticavam crimes com facilidade. Também faz parte da lista de presos um homem que atirou contra o helicóptero da Record. O ataque aconteceu na última quarta-feira (4). O nome dele ainda não foi divulgado.
Com a operação de hoje, o secretário de Polícia Civil, Felipe Curi, afirmou que esses "desconhecidos" passaram a ser os principais alvos da investigação. "O trabalho de investigação da Polícia Civil é esse: tirar do anonimato pessoas que passavam despercebidas, mas que integravam a organização criminosa comandada por Peixão, exercendo diversas funções dentro de uma estrutura hierárquica. Funções como organizar manifestações, atear fogo em ônibus e construir barricadas", detalhou Curi.
Em nota, o Exército Brasileiro disse que as investigações do caso estão a cargo dos Órgãos de Segurança Pública, "não cabendo ao CML comentar sobre investigações ainda em andamento". Reiterou, ainda, que o Exército não compactua com qualquer conduta ilícita por parte de seus integrantes, repudiando atitudes e comportamentos que estejam em conflito com a lei, com os valores militares e com a ética castrense.

"O CML está à disposição das autoridades competentes para colaborar com as investigações que se fizerem necessárias", finalizou em nota.