Rogério de Andrade foi preso no ano passado como mandante do homicídio qualificado de Fernando IggnácioArquivo / Reginaldo Pimenta/Agência O Dia

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Rio - O Supremo Tribunal Federal (STF) negou, nesta terça-feira (10), um pedido da defesa de Rogério de Andrade para suspender a denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ) que levaram à prisão do bicheiro. O contraventor está no Presídio Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, desde novembro do ano passado, acusado de ser o mandante da morte de Fernando Iggnácio, em 2020, com quem disputava pontos do jogo do bicho.
A defesa alegou que a prisão no ano passado descumpriu uma decisão do STF, de 2022, que encerrava a ação penal contra Andrade, e pediu a soltura dele. À época, a Segunda Turma do Supremo alegou falta de provas do envolvimento do bicheiro no crime como mandante. Mas, o ministro Kassio Nunes Marques entendeu que "não houve desrespeito, em razão da continuidade das investigações e o surgimento de novas provas".
Os novos elementos foram obtidos a partir do Procedimento Investigatório Criminal instaurado pelo MPRJ. "O Ministério Público instaurou o PIC cujo desdobramento resultou na obtenção de tais elementos, os quais se mostraram suficientes para configurar justa causa ao oferecimento de nova denúncia. Inclusive, essas diligências permitiram a identificação de novo partícipe, também denunciado nos presentes autos", considerou o magistrado. 
A reportagem do DIA tenta contato com a defesa de Rogério de Andrade. O espaço está aberto para manifestação. 
Jogo do bicho
Rogério de Andrade foi preso em outubro de 2024 pela morte de Fernando de Miranda Iggnácio, em 2020. A investigação do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ) apontou o bicheiro como mandante do homicídio do rival. A vítima e o denunciado são, respectivamente, genro e sobrinho de Castor de Andrade, um dos maiores chefes do jogo do bicho no Rio, que morreu em 1997. 
Segundo o Gaeco, a morte de Iggnácio foi motivado pela disputa pelo controle de pontos do jogo do bicho, que teve início após a morte de Castor, em 1997. Rogério e o policial militar reformado Gilmar Eneas, também preso, foram denunciados por homicídio qualificado. O crime aconteceu em 10 de novembro de 2020, no estacionamento de um heliporto, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste, quando Fernando desembarcava, e acabou atingido por três tiros, um deles na cabeça. 
Em março de 2021, o MPRJ já havia denunciado o contraventor pelo mesmo crime, que acabou solto, em fevereiro de 2022, após o STF decidir trancar a ação penal. Após a prisão no ano passado, o contraventor chegou a ficar na penitenciária Laércio da Costa Pellegrino, Bangu 1, unidade prisional de segurança máxima do Complexo de Gericinó. Por decisão da Justiça, ele foi transferido para o Presídio Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Andrade é patrono da Mocidade Independente de Padre Miguel, que tem sua mulher, Fabíola Andrade, como rainha de bateria.