Protesto pediu melhorias na infraestrutura do Colégio de Aplicação da UFRJ, na LagoaÉrika Martin
Alunos e professores pedem melhorias após queda de muro do colégio da UFRJ
Manifestantes com cartazes se reuniram em frente à unidade e reivindicaram investimentos para a instituição. Aulas estão suspensas
Rio - Professores, responsáveis e alunos do Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio (CAp-UFRJ), na Lagoa, Zona Sul, realizaram uma manifestação nesta segunda-feira (23) reivindicando melhorias na unidade. O ato foi feito após a queda de um muro do colégio, na noite de sábado (21).
As atividades no colégio foram suspensas nesta segunda (23) por causa do desabamento. Com cartazes com frases como "Até quando vamos lidar com a sorte?", "Luto pelo muro", "O muro caiu e com ele caem as aulas", os manifestantes pediram investimentos para o colégio e condições mais dignas para os espaços de estudo e convivência. O ato foi acompanhado pelas Associações Estadual e Municipal dos Estudantes Secundaristas do Rio, a Ames Rio e Aerj, junto com o grêmio estudantil.
O diretor das associações, Gabriel Puga, disse que a unidade atualmente se mantém com pouca verba e enfrenta superlotação de alunos, depois que estudantes da sede do Fundão, na Cidade Universitária, foram transferidos para o prédio da Lagoa.
"Se a UFRJ hoje já tem pouca verba, O CAP vive com menos ainda e com uma situação já há muito tempo desastrosa, uma tragédia anunciada. A escola está superlotada, a educação infantil teve que sair do prédio do Fundão e vir para a Lagoa, são quatro turmas dividindo duas salas", afirmou.
Puga também apontou que a queda do muro não foi uma surpresa, já que a área estava interditada e impedindo a realização das aulas de educação física. "A questão mais grave é o muro, que não foi uma surpresa ele cair. Aquela área já estava interditada há vários meses, os estudantes não podem mais fazer aulas de educação física na quadra. No recreio era todo mundo brincando de altinha, jogando bola, e as pessoas não tem mais acesso", lamentou.
O diretor disse ainda que em um ato anterior, em março já havia alertado sobre os riscos da queda do muro, mas a reitoria teria minimizado a situação do colégio. "Os estudantes querem ter direito à aula, mas ter dignidade para isso. A gente não quer só uma solução provisória". Uma nova manifestação está prevista para a quinta-feira (26), no Conselho Universitário da UFRJ.
"A gente espera ser ouvido, chamar atenção da comunidade escolar, para que possa receber alguma forma de financiamento, qualquer que seja, para fazer essa reforma", completou.
No sábado (21), após a queda, a Defesa Civil informou que técnicos constataram a necessidade da demolição do muro voltado para a Rua Batista da Costa. Em nota, a UFRJ informou que a rua lateral à estrutura já havia sido isolada preventivamente e o processo de contratação para a reconstrução em regime emergencial para a realização imediata da obra estava em curso antes do desabamento.
"Até o fim desta semana, a área atingida será isolada com tapumes e os trabalhos de reconstrução serão iniciados. Como medida preventiva, as aulas estão suspensas com retorno previsto assim que a área estiver devidamente isolada e segura. A UFRJ segue mobilizada para garantir a segurança de estudantes, docentes, técnicos do CAp/UFRJ e da população vizinha ao colégio, com total transparência e responsabilidade na condução das medidas corretivas", informou a universidade.
*Colaborou Érica Martin
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