Rivaldo Barbosa está preso desde março do ano passadoReprodução

Rio - A defesa de Rivaldo Barbosa, acusado de envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco, pediu a transferência de presídio para o delegado, que está na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, desde outubro. Em documento encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) neste domingo (22), os advogados solicitam que Rivaldo seja transferido para um quartel da Polícia Militar do Rio de Janeiro ou alguma penitenciária fluminense compatível com a condição de delegado.
No documento, a defesa destaca que o réu está a cerca de 2.500 Km de sua residência, prejudicando o convívio familiar. O material ainda será analisado pelo ministro Alexandre de Moraes.
Em maio, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao STF a condenação dos acusados de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. São eles:
- conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão;
- ex-deputado federal Chiquinho Brazão, irmão de Domingos;
- ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa;
- major da Policia Militar Ronald Alves de Paula;
- ex-policial militar Robson Calixto, assessor de Domingos.
Nas alegações, o vice-procurador, Hindenburgo Chateaubriand, afirmou que os acusados devem ser condenados pelos crimes de organização criminosa e homicídio. Para o procurador, as provas obtidas na investigação comprovam a participação dos acusados no crime.
Conforme a delação premiada do ex-policial Ronnie Lessa, que confessou ter feito os disparos de arma de fogo contra a vereadora, os irmãos Brazão e Barbosa foram os mandantes do crime. Rivaldo Barbosa teria participado dos preparativos da execução do crime. Ronald é acusado de ter monitorado a rotina da vereadora e de repassar as informações para o grupo. Robson Calixto teria entregado a Lessa a arma usada no crime.
De acordo com a investigação da Polícia Federal, o assassinato de Marielle está relacionado ao posicionamento contrário da vereadora aos interesses do grupo político liderado pelos irmãos Brazão, que têm ligação com questões fundiárias em áreas controladas por milícias no Rio. Nos depoimentos prestados durante a instrução, os acusados negaram participação no assassinato.
Crime
A vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram assassinados em 14 de março de 2018, na região central do Rio de Janeiro. Eles foram alvo de tiros disparados de um veículo em movimento contra o carro em que estavam.
Segundo a denúncia da PGR, o deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) agiu junto com seu irmão Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, e Rivaldo Barbosa, para planejar a morte de Marielle.
A motivação seria a atuação da vereadora contra a grilagem de terras em áreas controladas por milícias na Zona Oeste.